quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O papel da liderança nos esportes individuais

Já é sabida a importância do papel do líder nos esportes coletivos e sua influencia sobre o comportamento dos demais membros da equipe e o rendimento das tarefas grupais. Entretanto pouco se têm discutido a respeito do papel da liderança em modalidades individuais, seus benefícios, dificuldades e sobre seus processos de surgimento e desenvolvimento.
Geralmente, nestas modalidades os atletas até podem treinar em grupo, mas se comportam como se estivessem sozinhos nos momentos de preparação e competição, usando seus companheiros apenas como parâmetros de rendimento ou como simples companhia durante as sessões de treinamento. Os atletas passam então a se perceber de forma isolada, sem nada a acrescentar ao outro e sem nada a absorver de fora.
São poucas as equipes que trabalham de forma mais unida e sinérgica, com o objetivo de melhorar a performance final de cada um de seus membros. Isto ocorre, pois apenas uma percepção mais ampla das relações interpessoais e suas influências, permite a equipe desenvolver formas de potencializar a contribuição de cada um, para o proveito de todos, criando algo a mais do que a simples soma das partes.
Neste momento surge a discussão sobre o papel da liderança e suas influências no comportamento grupal. O líder tem a função de organizar e direcionar os esforços individuais dentro do grupo, buscando alcançar o máximo de dedicação e aplicação em busca dos objetivos finais do grupo. A grande diferença neste papel é que no caso das modalidades individuais, ao contrário das coletivas, a realização do objetivo final da equipe não depende da submissão dos objetivos individuais, mas deles depende, uma vez que é da soma dos resultados individuais que consistirá o resultado final de uma equipe.
O líder, ou os líderes destas equipes têm então diferentes papeis e funções a desempenhar. Dentre estas funções podemos destacar duas grandes formas de liderança. A primeira delas é a instrumental, voltada para a tarefa, na qual o líder motiva, orienta e pode ser um exemplo para os demais membros do grupo, em relação aos aspectos práticos da modalidade. Isto é, em relação ao desempenho e a performance em treinamentos e competições. Pode ser o melhor, o mais dedicado, que chega mais cedo, que “puxa” o treino ou que o comanda. A segunda forma é a liderança afetiva, mais voltada para as relações pessoais entre os membros do grupo, na qual o líder é responsável pela comunicação e compreensão interpessoal, promove e facilita a criação de um ambiente melhor, motivando e apoiando as realizações individuais dentro do aspecto emocional do grupo.
Nos esportes individuais muitas vezes estes papeis são centralizados pelos técnicos, que deixam aos atletas apenas a função de realizadores, ou são ignoradas, existindo apenas várias relações técnico-atleta. Entretanto, lideranças efetivas dentro do grupo têm muito a contribuir com o rendimento de todos, favorecendo a manutenção de comportamentos de alto nível, mantendo altos os níveis de motivação e proporcionando um ambiente emocional favorável, criando sentimentos de força e capacidade, decorrentes da união do grupo.

3 comentários:

  1. A mais pura verdade! Demais! Fale mais sobre o tema!
    Abraços, MAA

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  2. Pelo jeito quem faz esse papel de líder do grupo no Pinheiros, fora o técnico Luis é Vc senhor Arthur.

    Como pude presenciar... se não haver um Arthur lá nos treinos, principalmente nos treinos de pista... o Takenaka não pararia de falar.
    hehehehehehe

    Ótima matéria!!

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  3. Mesmo comigo ele não pára de falar mesmo...
    Mas aí é que entra a divisão das tarefas.
    Enquanto eu tento organizar e dar o exemplo nos treinos, tem o Beretta com paciência para ouvir as reclamações e segurar um pouco a onda do pessoal.
    Abraço

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