Os trabalhos de intervenção com atletas lesionados se desenvolveram, em função da utilização das estratégias de enfrentamento do sujeito, também chamadas de estratégias de coping. Estas estratégias compreendem uma série de técnicas do treinamento psicológico, tanto de capacidades psíquicas, quanto de autocontrole, e visam proporcionar um estado psicológico mais favorável durante o processo de reabilitação.
Identificam-se duas formas distintas de coping, de acordo com o foco dos esforços do sujeito. No coping instrumental os recursos são focados no problema (a lesão e seu processo de recuperação). O atleta se concentra em seguir os protocolos de reabilitação com empenho e dedicação como se estivesse em seu treinamento físico normal. No coping emocional o foco é dirigido para a regulação das emoções estressantes, isto é, o esforço realizado busca conter as manifestações emocionais como raiva, medo e depressão, muitas vezes dissociando seus pensamentos do processo de tratamento.
A forma como o atleta percebe e enfrenta sua lesão pode influenciar na rapidez de sua recuperação e na adesão ao tratamento. Isto ocorre uma vez que a presença de reações emocionais adversas pode contribuir negativamente no processo de recuperação de uma lesão esportiva, afetando sobre tudo, a adesão apropriada às tarefas de reabilitação.
As principais reações emocionais identificadas neste processo são a raiva e confusão, a obsessão pelo retorno, a negação, as recidivas, o orgulho exagerado, a insistência nas queixas menores, a culpa por desapontar a equipe, o afastamento social, as mudanças de humor, o desânimo e falta de confiança na recuperação.
As estratégias de coping surgem como facilitadoras do processo de recuperação, buscando melhorar as atitudes do atleta perante sua lesão, aumentando a adesão ao tratamento e diminuindo o estresse e as respostas emocionais negativas.
Dentre as principais técnicas de coping instrumental estão a informação sobre o processo de lesão, o estabelecimento de metas, a autoconversação, a visualização, o relaxamento e o desenvolvimento do apoio social. A informação sobre o processo de lesão costuma ser a primeira estratégia utilizada após a ocorrência da lesão e, normalmente, é realizada pelo médico. Sua função é explicar ao atleta o que realmente ocorreu e como será seu processo de recuperação. São dadas informações sobre as causas da lesão, os procedimentos terapêuticos e o prognóstico de recuperação.
Estas informações fazem com que o atleta reconheça a importância de sua lesão, compreendendo melhor suas causas e mecanismos. Isto facilita uma visão mais prática e concreta desta lesão, oferecendo alternativas ao simples processamento das emoções eliciadas pelas dores físicas e psicológicas do atleta lesionado.
Após receber as informações sobre sua lesão, o atleta precisa começar a se organizar e a estabelecer metas e objetivos de trabalho e recuperação. Os objetivos de recuperação determinam o grau de melhora que o sujeito espera alcançar em um determinado período de tempo. Eles criam uma escala de evolução do tratamento, permitindo ao sujeito acompanhar o desenvolvimento de sua reabilitação e a recuperação de suas capacidades físicas. Como exemplo, podemos citar objetivos como: andar em uma semana, correr em um mês, saltar em três meses e retornar às atividades normais em quatro meses.
Estes objetivos desviam o foco do atleta do resultado de suas ações para a importância de realizá-las. Assim, busca-se evitar a ansiedade da espera pelo resultado, concentrando o sujeito no que realmente é relevante neste momento do processo e motivando-o com o cumprimento de cada tarefa.
Um bom trabalho de estabelecimento de metas permite, portanto que, a cada conquista de objetivos o atleta obtenha o reforço necessário para se motivar em seu processo de reabilitação, focando-se no próximo objetivo e no melhor aproveitamento de seus recursos de enfrentamento.
A autoconversação é uma técnica cognitiva importante para desenvolver a autoconfiança, normalmente comprometida durante o processo de recuperação. Através dela, os atletas buscam substituir os pensamentos negativos por pensamento realistas e positivos, melhorando seu ponto de vista perante a lesão. Através das técnicas de auto-fala o sujeito procura corrigir pensamentos disfuncionais, reestruturando seus conceitos sobre a lesão e o processo de recuperação, assumindo uma perspectiva mais positiva na reabilitação.
Deste modo, a autoconversação aumenta o bem-estar pessoal, ajuda o atleta a se concentrar e a superar possíveis dificuldades, encarando-as como parte do processo de cura, o que facilita o ajuste do sujeito a esta nova situação, na busca por uma melhora clínica.
Os exercícios de visualização, imaginação e treinamento mental também exercem um importante papel dentro das técnicas de coping dos atletas lesionados. Eles são importantes porque permitem aos estes atletas diminuir as defasagens técnicas, táticas e cognitivas, causadas pelo afastamento de sua prática esportiva normal. Existem diferentes exercícios de visualização, que são aplicados de acordo com os objetivos específicos de cada técnica. Visualizar a realização dos gestos motores, situações de jogo e a recuperação dos tecidos lesionados são apenas alguns exemplos de suas possibilidades.
As técnicas de relaxamento também têm sido muito utilizadas no desenvolvimento das estratégias de coping, se constituindo como um elemento importante neste tipo de trabalho. Além de preparar os atletas para posteriores exercícios de visualização, estas técnicas também atuam no controle da dor e na diminuição do estresse inerente às lesões esportivas e sua recuperação.
Os exercícios de relaxamento, por sua capacidade de psicorregulação, atuam no equilíbrio do sistema nervoso autônomo, diminuindo a ativação do sistema nervoso simpático e aumentando as ações parassimpáticas. Deste modo o relaxamento contribui para uma diminuição no nível geral de tensão e estresse, no relaxamento muscular e na melhora do padrão de sono dos sujeitos.
O apoio social também é parte do processo de coping e pode influenciar a resposta da reabilitação da lesão esportiva, estando positivamente relacionado com o desempenho dos atletas. Este apoio que abrange características como auxílio nas tomadas de decisão, apoio em suas escolhas, motivação, apoio emocional e uma sensação de não estar sozinho, assume um importante papel na diminuição dos níveis de estresse e nas respostas positivas de adesão ao tratamento.
Diante de todos estes fatores apresentados, o desenvolvimento das estratégias de enfrentamento dos atletas lesionados se tornou imprescindível em qualquer programa de reabilitação. O trabalho da psicologia do esporte demonstra, através do desenvolvimento das técnicas de coping, se constituir como um importante elemento não apenas para acolher e trabalhar as questões emocionais geradas pelas lesões esportivas, mas para atuar diretamente em sua recuperação.
Identificam-se duas formas distintas de coping, de acordo com o foco dos esforços do sujeito. No coping instrumental os recursos são focados no problema (a lesão e seu processo de recuperação). O atleta se concentra em seguir os protocolos de reabilitação com empenho e dedicação como se estivesse em seu treinamento físico normal. No coping emocional o foco é dirigido para a regulação das emoções estressantes, isto é, o esforço realizado busca conter as manifestações emocionais como raiva, medo e depressão, muitas vezes dissociando seus pensamentos do processo de tratamento.
A forma como o atleta percebe e enfrenta sua lesão pode influenciar na rapidez de sua recuperação e na adesão ao tratamento. Isto ocorre uma vez que a presença de reações emocionais adversas pode contribuir negativamente no processo de recuperação de uma lesão esportiva, afetando sobre tudo, a adesão apropriada às tarefas de reabilitação.
As principais reações emocionais identificadas neste processo são a raiva e confusão, a obsessão pelo retorno, a negação, as recidivas, o orgulho exagerado, a insistência nas queixas menores, a culpa por desapontar a equipe, o afastamento social, as mudanças de humor, o desânimo e falta de confiança na recuperação.
As estratégias de coping surgem como facilitadoras do processo de recuperação, buscando melhorar as atitudes do atleta perante sua lesão, aumentando a adesão ao tratamento e diminuindo o estresse e as respostas emocionais negativas.
Dentre as principais técnicas de coping instrumental estão a informação sobre o processo de lesão, o estabelecimento de metas, a autoconversação, a visualização, o relaxamento e o desenvolvimento do apoio social. A informação sobre o processo de lesão costuma ser a primeira estratégia utilizada após a ocorrência da lesão e, normalmente, é realizada pelo médico. Sua função é explicar ao atleta o que realmente ocorreu e como será seu processo de recuperação. São dadas informações sobre as causas da lesão, os procedimentos terapêuticos e o prognóstico de recuperação.
Estas informações fazem com que o atleta reconheça a importância de sua lesão, compreendendo melhor suas causas e mecanismos. Isto facilita uma visão mais prática e concreta desta lesão, oferecendo alternativas ao simples processamento das emoções eliciadas pelas dores físicas e psicológicas do atleta lesionado.
Após receber as informações sobre sua lesão, o atleta precisa começar a se organizar e a estabelecer metas e objetivos de trabalho e recuperação. Os objetivos de recuperação determinam o grau de melhora que o sujeito espera alcançar em um determinado período de tempo. Eles criam uma escala de evolução do tratamento, permitindo ao sujeito acompanhar o desenvolvimento de sua reabilitação e a recuperação de suas capacidades físicas. Como exemplo, podemos citar objetivos como: andar em uma semana, correr em um mês, saltar em três meses e retornar às atividades normais em quatro meses.
Estes objetivos desviam o foco do atleta do resultado de suas ações para a importância de realizá-las. Assim, busca-se evitar a ansiedade da espera pelo resultado, concentrando o sujeito no que realmente é relevante neste momento do processo e motivando-o com o cumprimento de cada tarefa.
Um bom trabalho de estabelecimento de metas permite, portanto que, a cada conquista de objetivos o atleta obtenha o reforço necessário para se motivar em seu processo de reabilitação, focando-se no próximo objetivo e no melhor aproveitamento de seus recursos de enfrentamento.
A autoconversação é uma técnica cognitiva importante para desenvolver a autoconfiança, normalmente comprometida durante o processo de recuperação. Através dela, os atletas buscam substituir os pensamentos negativos por pensamento realistas e positivos, melhorando seu ponto de vista perante a lesão. Através das técnicas de auto-fala o sujeito procura corrigir pensamentos disfuncionais, reestruturando seus conceitos sobre a lesão e o processo de recuperação, assumindo uma perspectiva mais positiva na reabilitação.
Deste modo, a autoconversação aumenta o bem-estar pessoal, ajuda o atleta a se concentrar e a superar possíveis dificuldades, encarando-as como parte do processo de cura, o que facilita o ajuste do sujeito a esta nova situação, na busca por uma melhora clínica.
Os exercícios de visualização, imaginação e treinamento mental também exercem um importante papel dentro das técnicas de coping dos atletas lesionados. Eles são importantes porque permitem aos estes atletas diminuir as defasagens técnicas, táticas e cognitivas, causadas pelo afastamento de sua prática esportiva normal. Existem diferentes exercícios de visualização, que são aplicados de acordo com os objetivos específicos de cada técnica. Visualizar a realização dos gestos motores, situações de jogo e a recuperação dos tecidos lesionados são apenas alguns exemplos de suas possibilidades.
As técnicas de relaxamento também têm sido muito utilizadas no desenvolvimento das estratégias de coping, se constituindo como um elemento importante neste tipo de trabalho. Além de preparar os atletas para posteriores exercícios de visualização, estas técnicas também atuam no controle da dor e na diminuição do estresse inerente às lesões esportivas e sua recuperação.
Os exercícios de relaxamento, por sua capacidade de psicorregulação, atuam no equilíbrio do sistema nervoso autônomo, diminuindo a ativação do sistema nervoso simpático e aumentando as ações parassimpáticas. Deste modo o relaxamento contribui para uma diminuição no nível geral de tensão e estresse, no relaxamento muscular e na melhora do padrão de sono dos sujeitos.
O apoio social também é parte do processo de coping e pode influenciar a resposta da reabilitação da lesão esportiva, estando positivamente relacionado com o desempenho dos atletas. Este apoio que abrange características como auxílio nas tomadas de decisão, apoio em suas escolhas, motivação, apoio emocional e uma sensação de não estar sozinho, assume um importante papel na diminuição dos níveis de estresse e nas respostas positivas de adesão ao tratamento.
Diante de todos estes fatores apresentados, o desenvolvimento das estratégias de enfrentamento dos atletas lesionados se tornou imprescindível em qualquer programa de reabilitação. O trabalho da psicologia do esporte demonstra, através do desenvolvimento das técnicas de coping, se constituir como um importante elemento não apenas para acolher e trabalhar as questões emocionais geradas pelas lesões esportivas, mas para atuar diretamente em sua recuperação.
Muito bom!!!!
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