Não podemos ignorar a importância dos fatores psicológicos envolvidos no contexto das lesões esportivas. Pricipalmente dentro da compreensão do sujeito como um ser biopsicosocial, onde os fatores físicos e psicológicos interagem influenciando o estado geral do sujeito e sua capacidade de enfrentamento e recuperação.
A partir desta visão, a psicologia do esporte passou a se preocupar em estudar a influência das habilidades psicológicas e de fatores como o estresse e a ansiedade na ocorrência das lesões esportivas, buscando um melhor entendimento deste fenômeno através do desenvolvimento de teorias relacionadas à psicologia das lesões esportivas.
Diversos estudos foram então desenvolvidos, buscando encontrar correlações entre fatores como personalidade, características individuais, repertórios de enfrentamento e influências ambientais sobre os sujeitos e a incidência de lesões em atletas, na tentativa de identificar os principais fatores desencadeantes.
Uma das principais teorias a respeito da determinação das lesões é a de que sua ocorrência seja favorecida por um aumento no nível de estresse do atleta, causado pela diferença entre as percepções de ameaça do meio e os recursos internos do sujeito, disponíveis para enfrentá-las (Andersen e Williams, 1988; Heil, 1993). Um sujeito com poucos recursos para o enfrentamento de situações potencialmente estressantes, conseqüentemente as perceberá como mais ameaçadoras e terá seu nível de ansiedade aumentado.
O nível de ansiedade dos atletas é, portanto resultado da interação entre diferentes estímulos presentes na relação do atleta com o ambiente esportivo do qual faz parte. Entre os fatores que geram ansiedade, podemos citar a presença de elementos estressores no ambiente, a percepção e a interpretação do sujeito acerca destes, as alterações psicofisiológicas decorrentes desta interação e o repertório do sujeito de estratégias de enfrentamento para lidar com tais estímulos.
Uma dura rotina de treinamentos, que no esporte competitivo exige grande esforço em termos de volume e intensidade, repetição exaustiva de ações e gestos específicos e condições físicas de treinamento nem sempre adequadas (como instalações, pisos e material esportivo inadequado), acaba gerando respostas ansiógenas no indivíduo, fisicamente exigido perto do seu limite de resistência.
Além das exigências físicas, fatores psicológicos como insegurança, autocobrança excessiva, disputa por posições na equipe e medo de ficar na reserva ou não alcançar um índice, freqüentemente presentes entre os atletas inseridos em um ambiente competitivo, também interferem na percepção das capacidades de enfrentamento do sujeito, favorecendo também o aumento da ansiedade.
Devido à exposição a todos estes estímulos, e a pressão constante exercida nos atletas durante sua preparação, além do fato de que a maior parte do tempo do atleta, e conseqüentemente de seu desgaste, é despendido durante os treinamentos, estes acabam sendo identificados como ambientes altamente estressantes e acabam responsáveis pela ocorrência da maioria das lesões (Buceta 1999).
Apesar de toda a exigência dos treinos, o momento da competição ainda é tido como um dos principais fatores ansiógenos em atletas competitivos. Isto porque é no momento da competição que toda a exigência de rendimento se faz presente e, independente do que ocorreu nos treinos, é durante a competição que o atleta tem que desempenhar o melhor de sua performance esportiva, resultando em um aumento na intensidade do esforço físico e psicológico. A necessidade de apresentar seu rendimento máximo, a avaliação permanente e direta de sua performance pelo técnico, colegas de equipe, amigos e torcedores, a necessidade de tomadas de decisão constantes, de concentração total durante longos períodos de tempo, e o valor aumentado das conseqüências de cada comportamento emitido pelo atleta, são apenas alguns exemplos que demonstram a presença de potenciais fatores de estresse no momento das competições (Buceta 1999; Dias, Palha & Cruz 1997).
Entretanto, o que vai determinar o aumento da ansiedade é a interpretação que cada sujeito dá para os estímulos apresentados pelo ambiente. Atletas experientes, confiantes e mais preparados psicologicamente tendem a interpretar os estímulos ambientais como menos ameaçadores, apresentando poucas respostas de ansiedade.
Segundo a teoria da influência do estresse nas lesões esportivas de Andersen e Williams (1988), a lesão aparece como resultado da interação entre as situações potencialmente estressantes do ambiente e as variáveis pessoais de cada sujeito, como os fatores de personalidade, a história individual dos sujeitos em relação aos estressores e seu repertório de recursos de controle. Uma interação positiva favoreceria o controle do atleta frente a situações estressantes, diminuindo o risco de lesões, enquanto uma interação negativa acabaria favorecendo reações e condutas inadequadas do atleta, aumentando este risco.
Dentre os fatores de personalidade que influenciam a interpretação do sujeito e sua conduta diante das situações estressantes estão o estresse psicosocial, a atenção, a agressividade, a impulsividade, a autoconfiança, a auto-estima, a persistência, a tolerância à frustração e adversidade, o estado de ânimo, a comunicação interpessoal e a capacidade de tomada de decisões.
A história individual pode determinar o desenvolvimento de respostas ansiógenas no sujeito a medida em que experiências anteriores de exposição a situações de estresse, vividas com sucesso pelo sujeito aumentam sua autoconfiança e percepção de capacidades de enfrentamento, diminuindo as respostas de ansiedade diante de estímulos estressores, enquanto um histórico de fracasso frente a estes estímulos prejudica a interpretação da situação por parte do atleta, elevando os níveis de ansiedade e medo, e favorecendo o aparecimento de lesões.
Um bom repertório de enfrentamento também contribui para a diminuição nos níveis de ansiedade e de ocorrência de lesões nos sujeitos, uma vez que o atleta bem preparado psicologicamente, dominando diferentes estratégias de enfrentamento e contando com um apoio social adequado, tem instrumentos suficientes para preservar sua integridade física e psicológica durante a presença de estímulos estressores, interpretando-os como menos ameaçadores do que os atletas que não contam com este repertório (Andersen e Williams 1988; Dias, Palha & Cruz 1997).
A interação destes fatores pode, portanto determinar a ocorrência de lesões uma vez que as respostas ansiógenas dos sujeitos frente a estímulos estressores provocam diversas alterações fisiológicas e comportamentais que influenciam a qualidade e a percepção dos movimentos e ações esportivas e a capacidade de recuperação do organismo, aumentando o desgaste físico e a vulnerabilidade destes atletas(Andersen e Williams, 1988; Buceta, 1999; Samulski, 2002; Weiberg e Gould, 1999).
As alterações comportamentais geradas pelo aumento da ansiedade estão relacionadas principalmente aos níveis de atenção e prontidão dos indivíduos, que tem seus estados alterados quando sob estresse, dificultando a interpretação de situações de jogo, as tomadas de decisão e a percepção das ameaças externas as quais estão expostos dentro do ambiente competitivo (Buceta, 1999; Andersen e Williams, 1988).
Atletas submetidos a situações estressantes por um longo período de tempo apresentam maiores níveis de ansiedade competitiva e tem sua capacidade de controle de foco alterada, desenvolvendo dificuldades na seleção dos estímulos relevantes do ambiente, que se traduzem em rupturas e lapsos de atenção. Em uma atividade competitiva que exige altos níveis de concentração em função do desempenho e da correta realização de técnicas específicas da modalidade, sob a ameaça constante de lesões em função da intensidade das cargas aplicadas, desvios de atenção podem fazer com que o atleta realize movimentos inadequados, sobrecarregando as estruturas envolvidas na ação, ou não perceba ameaças externas como condições ambientais inadequadas (ex. irregularidades no piso) ou a aproximação de adversários desleais, aumentando os riscos de ocorrência de lesões traumáticas (Buceta, 1999; Samulski, 2002; Weiberg e Gould, 1999).
Características pessoais também contribuem para o aumento na ocorrência de lesões esportivas. Atletas que apresentam condutas insensatas, isto é, condutas que trazem prejuízo importante para seu rendimento físico, dano para sua própria estrutura biológica ou risco de lesão de outros atores do contexto esportivo, como distorções na percepção e avaliação da realidade competitiva ou de treinamento, extrema dependência psicológica e financeira da produtividade do rendimento esportivo, e dificuldade na análise e elaboração de sua própria realidade, associados a altos níveis de impulsividade também estão mais vulneráveis as lesões esportivas (Soler 1997).
Isto ocorre uma vez que estes atletas tendem a avaliar as ameaças do ambiente esportivo de forma inadequada, se expondo a riscos desnecessários durante a prática de suas atividades em virtude de falhas na interpretação dos estímulos do ambiente, ou muitas vezes estimulados pelas características motivacionais do contexto esportivo, que também podem favorecer a ocorrência de lesões a medida em que as conseqüências da atividade esportiva acabam se tornando atrativas a ponto de valerem o risco da exposição a situações perigosas, dificultando uma adequada consideração sobre os riscos e benefícios da atividade.
Diante desta visão, a psicologia do esporte tem desenvolvido diversas estratégias de controle destes elementos estressores do ambiente, na tentativa de minimizar os efeitos negativos destes sobre os atletas. Ela trabalha muitas vezes com instrumentos cognitivos e comportamentais, desenvolvendo as capacidades do sujeito em enfrentar as dificuldades. Estas estratégias são conhecidas como estratégias de enfrentamento ou coping.
A partir desta visão, a psicologia do esporte passou a se preocupar em estudar a influência das habilidades psicológicas e de fatores como o estresse e a ansiedade na ocorrência das lesões esportivas, buscando um melhor entendimento deste fenômeno através do desenvolvimento de teorias relacionadas à psicologia das lesões esportivas.
Diversos estudos foram então desenvolvidos, buscando encontrar correlações entre fatores como personalidade, características individuais, repertórios de enfrentamento e influências ambientais sobre os sujeitos e a incidência de lesões em atletas, na tentativa de identificar os principais fatores desencadeantes.
Uma das principais teorias a respeito da determinação das lesões é a de que sua ocorrência seja favorecida por um aumento no nível de estresse do atleta, causado pela diferença entre as percepções de ameaça do meio e os recursos internos do sujeito, disponíveis para enfrentá-las (Andersen e Williams, 1988; Heil, 1993). Um sujeito com poucos recursos para o enfrentamento de situações potencialmente estressantes, conseqüentemente as perceberá como mais ameaçadoras e terá seu nível de ansiedade aumentado.
O nível de ansiedade dos atletas é, portanto resultado da interação entre diferentes estímulos presentes na relação do atleta com o ambiente esportivo do qual faz parte. Entre os fatores que geram ansiedade, podemos citar a presença de elementos estressores no ambiente, a percepção e a interpretação do sujeito acerca destes, as alterações psicofisiológicas decorrentes desta interação e o repertório do sujeito de estratégias de enfrentamento para lidar com tais estímulos.
Uma dura rotina de treinamentos, que no esporte competitivo exige grande esforço em termos de volume e intensidade, repetição exaustiva de ações e gestos específicos e condições físicas de treinamento nem sempre adequadas (como instalações, pisos e material esportivo inadequado), acaba gerando respostas ansiógenas no indivíduo, fisicamente exigido perto do seu limite de resistência.
Além das exigências físicas, fatores psicológicos como insegurança, autocobrança excessiva, disputa por posições na equipe e medo de ficar na reserva ou não alcançar um índice, freqüentemente presentes entre os atletas inseridos em um ambiente competitivo, também interferem na percepção das capacidades de enfrentamento do sujeito, favorecendo também o aumento da ansiedade.
Devido à exposição a todos estes estímulos, e a pressão constante exercida nos atletas durante sua preparação, além do fato de que a maior parte do tempo do atleta, e conseqüentemente de seu desgaste, é despendido durante os treinamentos, estes acabam sendo identificados como ambientes altamente estressantes e acabam responsáveis pela ocorrência da maioria das lesões (Buceta 1999).
Apesar de toda a exigência dos treinos, o momento da competição ainda é tido como um dos principais fatores ansiógenos em atletas competitivos. Isto porque é no momento da competição que toda a exigência de rendimento se faz presente e, independente do que ocorreu nos treinos, é durante a competição que o atleta tem que desempenhar o melhor de sua performance esportiva, resultando em um aumento na intensidade do esforço físico e psicológico. A necessidade de apresentar seu rendimento máximo, a avaliação permanente e direta de sua performance pelo técnico, colegas de equipe, amigos e torcedores, a necessidade de tomadas de decisão constantes, de concentração total durante longos períodos de tempo, e o valor aumentado das conseqüências de cada comportamento emitido pelo atleta, são apenas alguns exemplos que demonstram a presença de potenciais fatores de estresse no momento das competições (Buceta 1999; Dias, Palha & Cruz 1997).
Entretanto, o que vai determinar o aumento da ansiedade é a interpretação que cada sujeito dá para os estímulos apresentados pelo ambiente. Atletas experientes, confiantes e mais preparados psicologicamente tendem a interpretar os estímulos ambientais como menos ameaçadores, apresentando poucas respostas de ansiedade.
Segundo a teoria da influência do estresse nas lesões esportivas de Andersen e Williams (1988), a lesão aparece como resultado da interação entre as situações potencialmente estressantes do ambiente e as variáveis pessoais de cada sujeito, como os fatores de personalidade, a história individual dos sujeitos em relação aos estressores e seu repertório de recursos de controle. Uma interação positiva favoreceria o controle do atleta frente a situações estressantes, diminuindo o risco de lesões, enquanto uma interação negativa acabaria favorecendo reações e condutas inadequadas do atleta, aumentando este risco.
Dentre os fatores de personalidade que influenciam a interpretação do sujeito e sua conduta diante das situações estressantes estão o estresse psicosocial, a atenção, a agressividade, a impulsividade, a autoconfiança, a auto-estima, a persistência, a tolerância à frustração e adversidade, o estado de ânimo, a comunicação interpessoal e a capacidade de tomada de decisões.
A história individual pode determinar o desenvolvimento de respostas ansiógenas no sujeito a medida em que experiências anteriores de exposição a situações de estresse, vividas com sucesso pelo sujeito aumentam sua autoconfiança e percepção de capacidades de enfrentamento, diminuindo as respostas de ansiedade diante de estímulos estressores, enquanto um histórico de fracasso frente a estes estímulos prejudica a interpretação da situação por parte do atleta, elevando os níveis de ansiedade e medo, e favorecendo o aparecimento de lesões.
Um bom repertório de enfrentamento também contribui para a diminuição nos níveis de ansiedade e de ocorrência de lesões nos sujeitos, uma vez que o atleta bem preparado psicologicamente, dominando diferentes estratégias de enfrentamento e contando com um apoio social adequado, tem instrumentos suficientes para preservar sua integridade física e psicológica durante a presença de estímulos estressores, interpretando-os como menos ameaçadores do que os atletas que não contam com este repertório (Andersen e Williams 1988; Dias, Palha & Cruz 1997).
A interação destes fatores pode, portanto determinar a ocorrência de lesões uma vez que as respostas ansiógenas dos sujeitos frente a estímulos estressores provocam diversas alterações fisiológicas e comportamentais que influenciam a qualidade e a percepção dos movimentos e ações esportivas e a capacidade de recuperação do organismo, aumentando o desgaste físico e a vulnerabilidade destes atletas(Andersen e Williams, 1988; Buceta, 1999; Samulski, 2002; Weiberg e Gould, 1999).
As alterações comportamentais geradas pelo aumento da ansiedade estão relacionadas principalmente aos níveis de atenção e prontidão dos indivíduos, que tem seus estados alterados quando sob estresse, dificultando a interpretação de situações de jogo, as tomadas de decisão e a percepção das ameaças externas as quais estão expostos dentro do ambiente competitivo (Buceta, 1999; Andersen e Williams, 1988).
Atletas submetidos a situações estressantes por um longo período de tempo apresentam maiores níveis de ansiedade competitiva e tem sua capacidade de controle de foco alterada, desenvolvendo dificuldades na seleção dos estímulos relevantes do ambiente, que se traduzem em rupturas e lapsos de atenção. Em uma atividade competitiva que exige altos níveis de concentração em função do desempenho e da correta realização de técnicas específicas da modalidade, sob a ameaça constante de lesões em função da intensidade das cargas aplicadas, desvios de atenção podem fazer com que o atleta realize movimentos inadequados, sobrecarregando as estruturas envolvidas na ação, ou não perceba ameaças externas como condições ambientais inadequadas (ex. irregularidades no piso) ou a aproximação de adversários desleais, aumentando os riscos de ocorrência de lesões traumáticas (Buceta, 1999; Samulski, 2002; Weiberg e Gould, 1999).
Características pessoais também contribuem para o aumento na ocorrência de lesões esportivas. Atletas que apresentam condutas insensatas, isto é, condutas que trazem prejuízo importante para seu rendimento físico, dano para sua própria estrutura biológica ou risco de lesão de outros atores do contexto esportivo, como distorções na percepção e avaliação da realidade competitiva ou de treinamento, extrema dependência psicológica e financeira da produtividade do rendimento esportivo, e dificuldade na análise e elaboração de sua própria realidade, associados a altos níveis de impulsividade também estão mais vulneráveis as lesões esportivas (Soler 1997).
Isto ocorre uma vez que estes atletas tendem a avaliar as ameaças do ambiente esportivo de forma inadequada, se expondo a riscos desnecessários durante a prática de suas atividades em virtude de falhas na interpretação dos estímulos do ambiente, ou muitas vezes estimulados pelas características motivacionais do contexto esportivo, que também podem favorecer a ocorrência de lesões a medida em que as conseqüências da atividade esportiva acabam se tornando atrativas a ponto de valerem o risco da exposição a situações perigosas, dificultando uma adequada consideração sobre os riscos e benefícios da atividade.
Diante desta visão, a psicologia do esporte tem desenvolvido diversas estratégias de controle destes elementos estressores do ambiente, na tentativa de minimizar os efeitos negativos destes sobre os atletas. Ela trabalha muitas vezes com instrumentos cognitivos e comportamentais, desenvolvendo as capacidades do sujeito em enfrentar as dificuldades. Estas estratégias são conhecidas como estratégias de enfrentamento ou coping.
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