tag:blogger.com,1999:blog-21097205471877555752023-11-16T02:41:56.144-08:00Blog do Arthur FerrazBlog dedicado à Psicologia do Esporte, Esporte e Psicologia. Com artigos, textos e comentários sobre os temas específicos e suas interações nos mais diferentes níveis.Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-91591108628018252212012-06-12T07:08:00.001-07:002012-06-12T07:08:30.341-07:00Para onde você deixa a sua cabeça te levar?<span style="font-family: Calibri;">Muitas vezes, na pressa e na
rotina dos treinamentos e competições, o atleta passa pelas conquistas e os
fracassos sem tempo para avaliar os resultados de seus esforços e os motivos
que foram determinantes para o resultado final alcançado. Existe sempre o próximo
treino, a próxima prova e as avaliações são normalmente apenas instantâneas e
simples. Ou o resultado foi bom, ou foi ruim.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Nestes momentos são comuns
vitórias seguidas, que enchem os atletas de motivação para continuar treinando,
de energia para vencer o cansaço e de confiança para enfrentar e vencer
qualquer adversário. Nestes momentos o atleta se coloca inconscientemente em um
estado de ânimo tão positivo que quase como por inércia os bons resultados
tendem a se repetir cada vez mais. Parece que tudo dá certo para ele, a sorte
está do seu lado, e os desafios parecem simples e fáceis.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Por outro lado também são
comuns os períodos difíceis, onde as derrotas e os maus resultados se repetem.
Tudo parece difícil, duro, inalcançável, as coisas dão errado e o atleta não
consegue sair desta situação, parece preso em areia movediça, quanto mais luta
para sair, mais se afunda. Neste momento os pensamentos negativos se
estabelecem na consciência do atleta e falta-lhe motivação, energia e confiança
para lutar pelos seus objetivos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">É óbvio que a primeira
situação é muito melhor que a segunda, mas a falta de consciência durante qualquer
uma destas situações faz as possibilidades de aprendizado e crescimento do
atleta, igualmente limitadas em qualquer um dos cenários. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Desta forma é fundamental que
possamos tomar consciência dos aspectos que influenciam nossos resultados e
estar constantemente aprendendo tanto com as derrotas, quanto com as vitórias.
Estes aspectos estão ligados a hábitos produtivos, escolhas e caminhos que
buscamos a cada ação que realizamos em direção ao objetivo final. Na busca por
bons resultados devemos estar constantemente positivos em um ciclo virtuoso de
ações e pensamentos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Normalmente falamos da
importância de aprender com os erros, mas quantas vezes realmente paramos após
um fracasso e realmente procuramos refletir sobre suas reais causas, sem criar
desculpas para os outros ou para nós mesmos, colocando a culpa no equipamento,
na condição da prova, no treino, na alimentação ou em qualquer outra condição
externa?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Além disso normalmente há uma
limitação em se aprender apenas com os erros. Apenas depois de um fracasso é
que o atleta vai tentar ver o que deu errado, nos momentos de sucesso ele
apenas comemora e retoma sua rotina. Mas que momento melhor para aprender do
que com os acertos?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Vamos dizer que existem 100
maneiras diferente de realizar uma atividade. Concentrado nos erros e no que
não fazer o atleta poderá cometer 99 erros até aprender a forma correta de
realiza-la. Quando ele se concentra no que fazer e nas coisas que deram certo
este aprendizado se dá de forma muito mais rápida. Além disso, o atleta começa
a perceber quais os fatores que realmente influenciam sua performance final, e
que se repetem em todas as situações de sucesso. Dessa forma ele passa a
controlar melhor seu desempenho, com a capacidade de cultivar hábitos e
comportamentos produtivos e potencializá-los através de suas ações conscientes.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">De maneira simplificada
poderia levantar quatro aspectos inter-relacionados, que influenciam
diretamente os desempenhos e resultados dos atletas em competição. É difícil
ordenar sua importância, mas como meu trabalho atua mais diretamente com as
questões cognitivas começo sempre com o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">PENSAMENTO</b>.
<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">É fundamental manter o
pensamento positivo diante de todos os aspectos envolvidos no esporte. Confiar
nas próprias capacidades, nos treinos, na evolução, encarar os desafios como
oportunidades, como chances para crescer e se superar. Estes aspectos nos
garantirão uma perspectiva positiva em relação à atividade e em relação à
própria vida, diminuindo o peso das dificuldades e o tamanho dos obstáculos. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Este pensamento positivo nos
leva ao segundo aspecto, as <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ATITUDES</b>.
Pensamentos positivos aumentam a probabilidade de apresentarmos atitudes positivas.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Atitudes positivas são aquelas ligadas
aos valores de produtividade e crescimento. No esporte, diretamente, são as
atitudes que ajudam o atleta a evoluir. É o trabalho duro, o esforço, a
dedicação, disciplina, forçar os limites, persistir, e todos os aspectos
necessários na formação de um grande atleta. Estas atitudes, quando realizadas
de forma intencional e com empenho irão influenciar o próximo aspecto envolvido
na performance, o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">RESULTADO</b>.
Atitudes positivas aumentam a probabilidade de alcançarmos resultados
positivos. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Aqui entramos na situação que
descrevi no início do texto, quando entramos em uma seqüência de resultados
positivos começamos, quase de forma inconsciente, a entrar em um estado
positivo tal que tudo parece ser mais fácil e tanto os obstáculos começam a
parecer menores, quanto os resultados aparecem de forma mais natural. E quando
falo em resultados não me limito aos resultados de competição, mas também aos
mais simples resultados conquistados através das atitudes positivas. E como o
resultado é a finalidade da prática esportiva, os resultados positivos nos
conduzem ao último aspecto, as <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">EMOÇÕES</b>
positivas. Os resultados positivos, principalmente quando são resultado de todo
o processo descrito aqui, produzem as emoções positivas. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">E afinal são as emoções
positivas que nos dão tanto prazer em continuar trabalhando em busca de nossos
objetivos, são aquelas sensações de dever cumprido, de capacidade, de
realização de alegria. São os sentimentos que reforçam a autoconfiança, a
auto-estima do atleta e que em última instância estão relacionados ao conceito
de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">FELICIDADE</b>. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Então fechamos o ciclo
virtuoso quando os sentimentos positivos influenciam os pensamentos do atleta.
Um atleta confiante, com grande auto-estima, feliz e se sentindo capaz de
conquistar seus objetivos, mantém naturalmente os pensamentos mais positivos
diante de qualquer situação.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Por outro lado, este aspecto
se repete da mesma forma no sentido inverso quando não cuidamos com cuidado de
todos estes aspectos. Quando começamos a pensar de forma negativa somos levados
a atitudes negativas, que causam resultados negativos, nos trazem emoções
negativas e nos afundam cada vez mais nos pensamentos de incapacidade,
inferioridade e medo diante dos desafios. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">O sentido deste ciclo pode ser
influenciado por qualquer um dos aspectos levantados, em qualquer momento, por
isso a atenção a eles é tão importante. Um resultado muito bom pode tirar o
atleta imediatamente de uma situação ruim, assim como uma prova alvo
malsucedida pode arrastá-lo para baixo. Da mesma forma atletas em boas fases de
vida, treinando em equipes motivadas acolhedoras e apoiadoras, ou com boas
relações familiares e sentimentais tendem a apresentar melhores estados e
performances. Cada aspecto da vida e do treino deve ser feito com dedicação e
cuidado e cada problema tratado com a seriedade e a atenção devida.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Por isso é tão importante
pensarmos onde estamos deixando nossa cabeça nos levar. Se temos controle sobre
o que pensamos, se cultivamos atitudes produtivas, se estamos buscando a
felicidade de forma correta e fazendo com que nossas conquistas nos impulsionem
cada vez mais a frente. Afinal o desempenho é resultado de todo um processo
objetivo e específico e não resultado do acaso, e quanto maior o controle sobre
o processo, maior a probabilidade de sucesso. Podemos escolher nos tornarmos
conscientes de nossas ações, ou não, mas de qualquer forma seremos responsáveis
por seus resultados. Cabe-nos então a escolha de compreender e controlar os
aspectos envolvidos para que não nos tornemos apenas reféns da sorte, ou do
azar.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-74514342863357634262011-02-23T06:19:00.000-08:002011-02-23T06:31:34.038-08:00Chrissie Wellington, atleta do ano<div align="justify">Este é um texto transcrito, encontrado no site The Science of Sport: <a href="http://www.sportsscientists.com/">www.sportsscientists.com</a>, que por sinal tem o link aqui no blog.</div><div align="justify">Ele é, em primeiro lugar, uma discussão sobre a escolha de Chrissie Wellington para o prêmio de esportista do ano. Mas o mais interessante do artigo é que ele não apenas elogia a performance. Ele mostra através de uma análise científica porque suas performances foram superiores a qualquer outra mulher atleta, mesmo quando comparada a outras modalidades.</div><div align="justify">Aí que vem a segunda e interessante parte do texto. Nela, o autor faz uma comparação extensa sobre as marcas de homens e mulheres em esportes de endurance e demonstra como Chrissie diminuiu a defasagem que existia no triathlon entre as performances de homens e mulheres, quando comparadas a outras modalidades de endurance.</div><div align="justify">É uma leitura muito interessante, de aspectos que poucas vezes paramos para analisar com este cuidado. E uma boa e polêmica fonte de discussão quando comparamos o nível do esporte masculino e feminino. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Wednesday, December 22, 2010<br />Sportswoman of 2010: Chrissie Wellington<br /><br />Chrissie Wellington: Moving Ironman triathlon forward<br />and some interesting male-female comparisons of where she lies in history<br /><br /><br /><br />I almost withheld this particular award. Let me explain. My thinking is that in order to win our award as a sports PERSON of the year, that athlete must transcend their sport, they must rewrite history within their own sport. It's relatively easy to pick the best woman performer in each sport - track and field, you go with Blanka Vlasic; for tennis, it's either Serena Williams or Caroline Wozniacki; for football, Marta of Brazil.<br /><br />But to be an overall sports person of the year, you can't just win against your rivals, you need to dominate them, move your sport forward a generation, change its history, and become "mainstream". You can't just be the best in your sport, you have to be one of the best in history A few years ago, for example, it might have been Annika Sorenstam, and then Lorena Ochoa, who dominated golf so completely that it moved women's golf up a notch. Tennis players like Steffi Graf, Martina Navratilova did the same for their sport a few generations ago, and Paula Radcliffe (as we'll see below) and Yelena Isinbayeva took women's running and pole vault forward, respectively. On the men's side, names like Federer, Woods, Nadal, Phelps, Bolt come to mind as athletes who have been so dominant and impressive that they are recognized not merely as tennis players, golfers or swimmers, but as sportspeople.<br /><br />But women's sport is relatively bare at the moment. We've spoken about track and field already, how difficult it is for women to stand out in history, when confronted with a doping legacy that makes setting records almost impossible. Tennis is in a peculiar state, with no one woman dominating, the world number one ranking resembling a carousel over the last three years. Ochoa and Sorenstam's retirements have left a void yet to be filled in golf.<br /><br />But then fortunately for me, one of you (thanks Gus) reminded me of Chrissie Wellington over on our Facebook page. I guiltily confess to having something of a "blind-spot" for Ironman distance triathlon, because we see so little of it on our TV over here in SA. Particularly Kona, which is not shown at all on SA television. However, Wellington's is a name that has shot to prominence in the last few years, as a result of her Kona exploits (among others). 2010 is an anomaly - she didn't even start in Kona this year, withdrawing on race day. However, that low moment was bookended by some astonishing performances, including a new Ironman event record to wrap up a dominant 2010.<br /><br />And so Chrissie Wellington is a deserving winner of this award, which is as much an award for 2010 as it is a "lifetime (so far) achievement award". What's more, she provides a wonderful discussion of human performance and men vs women, and has clearly moved women's ultra-triathlon forward.<br /><br />Here's why.<br /><br /><br />Wellington's records - the greatest ever, on the way<br /><br />Ironman triathlon looked somewhat different before Wellington's instant impact back in Kona in 2007. Having qualified for the Hawaii World Championships by winning the Ironman Korea event. She finished 7th overall in that race, something which was to become a regular occurrence in her Ironman career. In Kona, her impact was instant - a win in 9:08:45, including a sub-3 hour marathon. That was the second fastest run time in the event's history, and one of the fastest overall times in many years - only Natascha Badmann's 9:07:54 in 2002 had been quicker in the preceding ten years.<br /><br />2008 and 2009 brought more of the same, and this time included outright records. There was the fastest run ever in Kona in 2008 (2:57:44), the fastest ever Ironman distance performance in 2009 (an 8:31:59 clocking in a non Ironman event), and a new Kona record in 2009 - 8:54:02, beating the record of Kona legend Paula Newby-Fraser (though second placed Mirinda Carfrae did break Wellington's run record for the course).<br /><br />Then came 2010. In July this year, she bettered her own Ironman distance record, this time with an 8:19:13 performance to finish 7th overall in Roth, Germany. This included records in both the bike leg (4:36:33) and the run leg (2:48:54), in what was possibly her most spectacular performance to date.<br /><br />Kona came and went with a DNS as a result of illness, but the training did not go to waste, as Wellington then broke the record for an Ironman event, in the Ironman Arizona race, clocking 8:36:13. That race was, in her words, "her Kona", and she ended the year with the definitive statement that she is the best Ironman triathlete in the world today, perhaps ever, with a career that may just surpass that of Newby Fraser. All told, she has six sub-9 hour performances, a record, and remains undefeated over the Ironman distance.<br /><br />She has also been the catalyst for a new generation of female triathletes - already, Wellington's run record in Kona was broken by Mirinda Carfrae in second place, who then won the Kona event in Wellington's absence earlier this year. Carfrae's winning time of 8:58:36 puts her within sight of Newby Fraser's previous record, which had stood relatively unchallenged until 2009, and the battle between those two should provide for great entertainment (and profile for the sport) in the years to come.<br /><br />Challenging the men - where is Wellington in the male vs female distance spectrum?<br /><br />Wellington's exploits produce the obvious comment that "she's almost beating all the men". I received a few emails discussing this and it's a really interesting question to try to answer: Is Wellington unique among female distance/endurance athletes, someone with a real chance of matching the best men? It's largely an irrelevant question, and Wellington's performances shouldn't really be compared to men's performances. But whenever the gap is that narrow, one is almost compelled to ask it, and from a performance and physiological analysis point of view, it's too good an invitation to pass up!<br /><br />Wellington has rarely been outside the top 10 overall of her races - 7th in Roth, 7th in Korea, 8th in Arizona are just some of her performances. Her marathon times in some of her wins have been beaten by only a few men in those races. Only at Kona does she find herself outside the top 10 (22nd in 2009, for example).<br /><br />And let's face it - you don't see this in marathon or track running. Even Paula Radcliffe's world record places her only 473rd on the 2009 performance lists for men, and 3205th in history. The elite men are sufficiently "spread out" across the world's top ten or so marathons that the first woman is usually in the top 20, but when comparing 'like to like', the women are well down.<br /><br />So, is Wellington the greatest endurance athlete in the world? A woman with a real chance of winning races overall? Or is "competitive balance" of Ironman events misleading us, much as it does for ultra-distance running events? By nature, any "niche" event is going to throw up some misleading comparisons, and that may be the case here.<br /><br />It's a great debate, which I must emphasize takes nothing away from Wellington - when you are breaking records by minutes, setting new records on BOTH the bike and run leg, going undefeated in such long races, winning on debut, you are exceptional. Judged against women, Wellington, at 33, is on the verge of being the greatest ever. And her 2010 year deserves that recognition.<br /><br />However, to fully answer the male-female question, we need a benchmark. And that benchmark provides an interesting discussion because it must come from men's performances.<br /><br /><br />Male vs female performance<br /><br />It's particularly difficult to benchmark female performances in a sport like triathlon. Three disciplines, differing conditions from one race to the next and within each race (thanks to the length), and the mass participation nature of Ironman events means that simply comparing times doesn't quite work.<br /><br />You can do this for track and field, however. The graph below illustrates the comparison between the men's world record and the women's world record for the track events. You'll note that all women's records are between 9% and 13% slower than the men's times. Given the long history and the relatively standardized conditions (for world records, which are almost always set in ideal conditions), these numbers show pretty clearly that men outperform women by around 10% (and that is even with the obvious doping by women - the true figure is likely more than this).<br /><br /><br /><br /><br /><br />Now, let's look at Wellington's performances in the Ironman, as shown by red symbols. First, what is her place in history compared to other winners? Below is a graph that compares the winning performances at Kona for women to the men's winning performances since 1995 (three generations of athlete). This is done so that the varied conditions (and Kona can be very different, with heat and wind) are somewhat controlled for.<br /><br /><br /><br /><br /><br />The difference, you can see, is pretty much the same as for the track and field events, with a few exceptions, where women are well down on the men (upward of 13%). Wellington arrives in 2007, and goes from 10.8% to 9.7% to an amazing 6.7% slower than the men in her three wins. This year, Mirinda Carfrae is only 9.8% off the men's winner.<br /><br />Clearly, Wellington has been to the Men's Kona winner what most female track and field world record holders are to their male counterparts. She is, from that point of view, in exactly the right place compared to the best men (admittedly, those track women got there with substantial doping. I don't know what the doping landscape of Ironman triathlon is - I'd be naive to say it doesn't exist, but if Wellington is as close to the men as track females are while doping, then her performance is doubly impressive)<br /><br />There are also other exceptional performances - the blue triangle in 2002 is Natascha Badmann's 9:07 performance, which was only 7.5% slower than the men's winner that year (Timothy de Boom in a relatively slow 8:29:56. This Badmann performance also shows up the flaw in this analysis - year by year is too variable - was that men's performance just very weak that year? Did race tactics affect it? The fact that two years later, Badmann wins the race a full 15% slower than the men's winner confirms this - year on year comparisons of winners leaves some variability, and that's why a more "rigid" benchmark is needed.<br /><br /><br />Wellington - bringing women's triathlon to where it should be<br /><br />So let's use the men's course record as the benchmark. There are problems with this comparison, too, of course. For one thing, variable weather from one year to the next can blow out the differences when you compare isolated performances with a 'best ever' performance, but I think the trend will be revealing when combined with what we discussed above. You could do this same exercise with the average of the men's times, incidentally, and subtract about 3% off the difference.<br /><br />So, in 1996, Luc van Lierde of Belgium won the race in 8:04:08, which still stands as the record today. Comparing all the women's winning times since 1995 to that performance, Wellington's impact on the sport stands out a little more, as you can see in the graph below.<br /><br /><br /><br /><br /><br />Now, you can see how women's triathlon may actually be entering a "golden era", where the gap between the fastest ever seems to be coming down. From 1995 to 2008, women winners were consistently 12% or more slower than the male record. In fact, in the 1990s, women were on average 16% slower than the men's record. However, Wellington got closer and closer until in 2009, taking the women's record to 10.3% slower than the men's record with her 8:54 performance.<br /><br />Note that this is still relatively "normal" - 10.3% is in fact the AVERAGE difference between men's and women's track records (and I don't want to keep harping on about doping and those women's records, but I have to point it out one last time).<br /><br />The point is that Wellington's amazing performances are not so much bringing women to the point of being able to beat the men, but rather that Wellington has begun to bring women's performances in Ironman events to where they should be, relative to the men! I know that the magnitude of these improvements are small - 1% here and there. But bear in mind that if the world marathon record was improved by 1% tomorrow, it would be 1 minute 15 seconds faster. And we don't expect to see that anytime soon! So Wellington really has pushed the event forward.<br /><br />The same comparison for her other Ironman performances is even more impressive. In the Arizona event earlier this year, she was only 5.9% outside the men's winning time (by Timo Bracht). However, here again, you have what may be a misleading comparison - as good an athlete as Bracht is, he's not the dominant athlete of his category, like Wellington. However, it's a special performance nevertheless, and if it continues, then Wellington will be able to stake a claim for being the best ultra-endurance athlete in the world.<br /><br />Compared to the men's overall Ironman event record of 7:50:27 (also by van Lierde in 1996, in Ironman Europe), Wellington's fastest Ironman-event performance of 8:36:13 this year is 9.7% slower, so that too is in the right range, compared to what we know of men vs women performances. It has been pointed out below that Wellington's all-time best of 8:19 came at Roth, as did van Lierde's 7:50, which means the two could be compared - then the difference comes down to 6.1%, which is far and away the closest a women's record comes to a male best performance.<br /><br />Certainly, given what we've seen from Wellington - the gradual progression - there's plenty of reason to believe that given the right day, she has a few more minutes left in her and that means the men-women gap may be due for further closing.<br /><br /><br />Conclusion - dominant female athlete, closing the gap but not unexpectedly close to the men<br /><br />The conclusion I'd draw then is that Wellington has taken women's Ironman distance triathlon and bounced it forward by virtue of her amazing performances. However, she's not yet closed the gap beyond what would have been expected given a normal male vs female comparison. The fact that women were regularly 14% or more behind men in the 1990s, even with Newby Fraser's exploits suggests to me that women's triathlon is only now beginning to grow in competitive depth and quality.<br /><br />Wellington is at the forefront of that quality. Her year in 2010 has established a new standard for women's triathlon and I fully expect to see many more sub-9 hour performances in the coming years. We will even begin to see competitive races at 8:50 pace or faster, within the enormous time-gaps of years gone by, and that's a sure sign of improving competitive quality.<br /><br />Wellington has therefore slotted in where she should - she's exceptional, but thoughts of her breaking down the male-female performance divide as a little premature. And she may yet improve more, and then we'll revisit this topic again!<br /><br />Ross</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-16783003928858106232010-12-22T14:27:00.000-08:002010-12-22T14:33:40.926-08:00Quando se cruza uma linha<div align="justify">Constantemente ouvimos falar de casos de atletas que são flagrados em exames de controle de doping, cuja presença de substâncias proibidas foi detectada em seu organismo. </div><div align="justify"><br />Quando estes casos são detectados em competições internacionais, com atletas estrangeiros e em modalidades de grande retorno financeiro como o futebol, o tênis ou os ciclistas do pró tour estes casos já nos chocam. Eles nos fazem pensar sobre as compensações financeiras da vitória, superando os riscos de ser pego, sobre o caminho que o esporte de alto rendimento está seguindo, sobre se existe algum atleta de elite ainda limpo. </div><div align="justify"><br />Entretanto, quando sabemos de um caso mais próximo, dentro do nosso esporte, com um atleta que conhecemos, contra quem já podemos ter disputado uma competição a questão se torna muito mais pessoal. Nos sentimos traídos, enganados, trapaceados. A questão do doping sai de uma perspectiva generalista abstrata, de fenômeno do esporte, e assume um caráter concreto. Isto nos faz refletir sobre os porquês deste fato, os motivos, as formas e todos os fatores que fizeram estes atletas se utilizarem de tais substâncias, na tentativa de encontrar alguma explicação que possa nos trazer alguma segurança dentro do contexto esportivo em que vivemos. Segurança de que os infratores serão pegos, segurança de que o esporte que praticamos é limpo e até a segurança de que posso competir limpo e vencer e de que não seremos um dia parte também deste processo. </div><div align="justify"><br />Mas até por este caráter de repúdio e de busca de segurança, uma reflexão responsável é necessária para que não caiamos em armadilhas. Isto porque, assim como temos (nós como sociedade) a tendência a reverenciar nossos ídolos, dotando suas figuras de todas as virtudes e buscando absorve-las (as virtudes) de volta, no momento em que os assumimos como exemplo, também temos a tendência de atribuir aos “vilões”, todos os vícios da sociedade. Desta forma conquistamos a segurança de poder separar os indivíduos entre bons e maus, nos sentindo virtuosos por imitar os ídolos e projetando tudo o que não conseguimos aceitar como parte da realidade, como algo que está presente no meio de nós, em indivíduos que, por alguma falha maior ou menor, de princípio, caráter ou conduta, acabam por personificar este papel de vilão, ficando então indissociados do fato em si. </div><div align="justify"><br />Um atleta que desrespeita uma regra “tabu” como o doping, passa a ser considerado não apenas um mau atleta, que desrespeitou uma regra, mas alguém sem caráter, dissimulado, um ser humano ruim. </div><div align="justify"><br />Por isso precisamos jogar um pouco mais de luz sobre o uso de substâncias proibidas, ou doping, para que então possamos começar a compreender os reais motivos que levam um atleta, profissional e amador, a se utilizar de tais métodos, para que então possamos pensar em educação, controle e responsabilização. </div><div align="justify"><br />Quando falamos em doping e atletas se dopando, precisamos pensar em diversos fatores: Existe algum perfil especial de atleta que se dopa? Quais os motivos que levam um atleta a se dopar? Existe mais de um motivo? Entre outros que vão nos responder os porquês e os como da situação. </div><div align="justify"><br />Existem diversa discussões acerca dos perigos e ameaças do doping. Tanto do ponto de vista médico como do ponto de vista filosófico, quando se sai do senso comum de condenação, revolta e recusa em se discutir o assunto abertamente (ao meu ver, o grande motivo pelo qual avançamos muito pouco em termos de educação anti-doping), ainda não existe um consenso sobre perigos-benefícios e o conceito de aceitável-inaceitável, quando se discute sua liberação. Entretanto existe um consenso geral. De que uma vez que existe uma regra formal que proíbe o uso de métodos e substâncias específicas, o seu uso por parte de um atleta configura uma infração a esta regra, ofensa ao fair play e portanto trapaça. </div><div align="justify"><br />Este é o princípio de qualquer regra, existe um código específico e a infração a esta regra, embora traga ganhos para o infrator, deverá receber uma punição adequada para que estes ganhos não compensem as perdas consequentes. Mas infelizmente como toda regra, muitas vezes os atletas testam os limites na busca por algum benefício, de não serem pegos, do ganho ser maior que a perda ou de simplesmente pensarem apenas no ganho ignorando as perdas. Isto acontece desde um jogador de linha que arrisca ser expulso ao defender com a mão um gol certo no futebol, até um atleta que se utiliza de um método proibido para estar em condições fisiológicas melhores que seus adversários correndo o risco de ser suspenso por dois anos. E esta consciência entre perdas e ganhos que precisamos avaliar. </div><div align="justify"><br />Existem diferentes motivos que levam o atleta a se dopar e este motivos tem a ver com sua intenção, seu grau de conhecimento, seus recursos, seu ego, sua disciplina, seu fair play e sua força de caráter. Cada ponto atrairá ou impulsionará o indivíduo em direção a infração de uma forma específica, sendo causa e determinando o porquê deste comportamento. Por isso não podemos generalizar os casos e culpabilizar os atletas da mesma forma, embora a responsabilidade pelo uso e o fato em si devam ser tratados igualmente no momento da punição, uma vez que o teste julga a presença da substância e não a intenção do atleta. Nem sempre os atletas estão buscando o caminho mais fácil ou uma vantagem desleal, mas o resultado é o mesmo. </div><div align="justify"><br /><strong>Da ingenuidade:</strong><br /></div><div align="justify">Embora muito alegada pelos atletas quando pegos, que afirmam não saber como o resultado positivo foi encontrado, culpando suplementos, chás, e medicamentos naturais, esta vertente é realmente muito pequena, mas precisa ser considerada. Ela ocorre principalmente em atletas mais simples, que não entendem de suplementação, de substâncias proibidas, de responsabilidades. São pessoas humildes, que seguem a risca tudo o que treinadores, médicos e nutricionistas, do alto de sua suposta autoridade, lhes prescrevem. Como atletas, muitas vezes eles tem consciência de que o doping é errado. Talvez se lhes fosse explicado que iriam tomar substâncias proibidas possivelmente se recusassem. Mas o que ocorre é diferente, normalmente as substâncias lhes são dadas alegando serem vitaminas, suplementos normais, sem risco e sem restrição. Através de sua ingenuidade são levados a se doparem e normalmente quando pegos são direta e unicamente responsabilizados e abandonados por aqueles que lhes fizeram a prescrição. </div><div align="justify"><br /><strong>Da Irresponsabilidade: </strong></div><div align="justify"><br />O principal objetivo desta vertente é a de diferenciá-la da ingenuidade. Neste caso os atletas não são figuras humildes, não são influenciados por terceiros inescrupulosos. Eles simplesmente não se dão conta da responsabilidade que têm de manter seu corpo limpo. Tomam remédios sem prescrição, não se preocupam com a procedência de seus suplementos, desconhecem a lista de substâncias proibidas, não leem rótulos, acham que por serem naturais, certos produtos não serão considerados doping e acabam se expondo a riscos desnecessários durante sua carreira esportiva, muitas vezes sendo surpreendidos por resultados positivos. Neste caso a intenção do uso ainda não está presente, mas a irresponsabilidade já se encontra acima da ingenuidade.<br /></div><div align="justify"><strong>Da sensação de inferioridade: </strong></div><div align="justify"><br />Nesta vertente a intenção já começa a aparecer, ainda não no sentido do levar vantagem ou de trapacear com convicção, mas o aleta já sabe exatamente o que está fazendo. Neste caso o atleta se dopa não por querer levar vantagem sobre os outros, mas ele acredita que ao se dopar está simplesmente diminuindo a diferença entre ele e os outros atletas. Esta vertente é bastante polêmica, pois é muito contestada por médicos e atletas. Nela se concentram os casos de atletas que se utilizam de substancias proibidas (autorizadas ou não por meio das isenções de uso terapêutico) por se considerarem física ou fisiologicamente inferiores aos atletas limpos. Atletas com bronquite, capacidade pulmonar reduzida, déficits hormonais e outras doenças são os mais comuns. Embora o esporte competitivo seja sobre diferenças físicas, técnicas, genéticas e de capacidades, estes atletas julgam que a compensação de suas deficiências é mais justa do que a compensação de outras deficiências de outros atletas em relação a eles.<br />Outro ponto desta vertente são os atletas que se convencem de que todos os atletas se utilizam do doping, de que ele atingiu todos os limites possíveis do ser humano em termos de dedicação, recursos e treinamento e que todos aqueles que ganham dele é porque estão dopados. Aí mora um grande perigo, pois é fácil dar um passo a frente e justificar o início do uso de uma substância ou método proibido dizendo que apenas está diminuindo a diferença, se dopando como todos para que a competição seja mais justa. Talvez este atleta seja o mais propenso a começar a se utilizar do doping, pois a sensação de injustiça prévia muitas vezes confunde e distorce o processo racional e a manutenção dos valores, o atleta vai sempre responsabilizar os outro pela sua conduta e assim se esquivar de sua própria auto condenação. </div><div align="justify"><br /><strong>Da falta de opção: </strong></div><div align="justify"><br />Neste caso estão os atletas desesperados. Eles vivem do esporte, são atletas (no que diz respeito a constituição de sua identidade), pagam suas contas com a premiação e os patrocínios e dependem de uma convocação, de um índice ou de um resultado importante que julgam estar fora de seu alcance dentro das condições normais. O atleta sente sua vida ameaçada e enxerga no doping uma última oportunidade de conquistar aquilo que tanto sonhou. Ser pego é uma ameaça, mas não conseguir o resultado também o é. Em seu modo de pensar, estar limpo e não conquistar o objetivo de nada lhe valerá, pois irá ter de abandonar o esporte. Caso seja pego, terá, da mesma forma, que abandonar o esporte. Mas em sua lógica ele costuma ignorar todo o prejuízo da segunda opção e se concentra em uma terceira, a de conquistar o resultado e não ser pego. Para ele os fins justificarão os meios, e ele ainda pode garantir que só tomará para aquela competição, que depois as coisas ficarão mais tranquilas e ele irá parar. Mas não é isso que acontece e sempre que a corda apertar ele vai recorrer a esta saída. Normalmente esta situação ocorre com os atletas profissionais, cuja identidade e a vida dependem de sua prática e de suas vitórias. Mas com a cultura do imediatismo, da conquista e da necessidade de alcançar o resultado aqui e agora, muitas vezes vemos atletas amadores que buscam um título, um índice ou uma vaga em um torneio importante acabam se arriscando nesta “roleta russa”, que muitas vezes oferece ainda menos risco, pois muito raramente em alguma competição, mesmo em mundiais, os amadores são testados. </div><div align="justify"><br /><strong>Da vantagem: </strong></div><div align="justify"><br />Por último chegamos ao conceito da vantagem pura. Aqui encontramos o atleta realmente inescrupuloso, que quer levar vantagem sobre seus adversários, que busca o caminho mais fácil, que muitas vezes nem tão mais fácil é, pois a substância permite ao atleta treinar mais horas e sofrer durante mais tempo. Este atleta sabe o que está fazendo e até espera que ninguém mais o faça, para que sua vantagem seja ainda maior. Ele busca a glória, a superação, o reconhecimento, a reverência. Seu ego e seu orgulho são inflados e suas motivações na maioria das vezes são extrínsecas: prêmios, medalhas, reconhecimento. Não existe inocência aqui e sim um a grande sensação de impunidade, de que nunca vai ser pego, de que seu esquema é melhor, de que ele é mais esperto que o sistema. E é justamente este orgulho que acaba criando falhas em seu método e fazendo com que ele seja pego. Muitas vezes frente a um resultado positivo alega ingenuidade, inocência e culpa a todo o sistema, entidades, adversários preferindo acreditar que foi vítima a assumir, não que infringiu uma regra, mas que seu sistema de infração não foi bom o suficiente.<br />Com certeza existem mais vertentes do que estas aqui apresentadas, e cada uma delas não ocorre de forma estanque. Em um caso de doping talvez possamos identificar um fator principal, mas ele nunca ocorre sozinho. Muitas vezes ele é fruto de um processo em que o atleta inicia por um motivo, em uma determinada situação, com uma responsabilidade específica e com o tempo o contexto vai se modificando e o atleta vai encontrando motivos e justificativas para continuar. E quando é pego e lhe perguntam, muitas vezes não consegue nem sequer justificar o porquê para si mesmo. </div><div align="justify"><br />Mas pelo que podemos ver nestes diversos perfis, existe um fator em comum presente nos diferentes casos. Este fator é a busca por algum método ergogênico. Do mais inocente, ao mais inescrupuloso, todos entram nessa partindo de um princípio: A busca por algo que melhore sua performance, nas competições ou nos treinos. Nem sempre quem se utiliza de suplementos e outros métodos legais de treinamento e preparação será candidato ao uso de substâncias proibidas, mas quem se utiliza delas, com certeza passou por todos os métodos, substâncias e materiais legais antes de se arriscar no proibido. Pois doping exige conhecimento, teste, busca. E durante a busca os limites do que faz bem ou mal, do que ajuda ou não, do que é natural, justo ou aceitável vão ficando tênues se não estivermos firmes nos valores de justiça, fair play e caráter. Precisamos ter clareza do conceito de que existe uma regra e que a simples e mais branda infração desta já se constitui como infração. E toda a infração deve ser punida. </div><div align="justify"><br />Por isso, enquanto não pararmos para discutir abertamente a questão, e não buscarmos compreender os motivos e as causas que levam diferentes atletas, de diferentes modalidades, em diferentes momentos a se doparem, não teremos a capacidade de desenvolver programas específicos de combate ao doping que possam convencer os atletas, responsáveis últimos pelo uso de qualquer substância, de que os valores éticos e o respeito as regras do e no esporte devem ser mantidos </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-30720321007295533522010-07-12T19:43:00.000-07:002010-07-12T19:54:46.504-07:00Vivendo o sonhoEncontrei essa coluna escrita por Bob Babbit na última página da revista inside triathlon. Me dei o direito de traduzi-la e colocar aqui no blog (depois de tanto tempo), pois trata do momento da tomada de decisão na vida de um atleta em se tornar profissional. Nas opções e decisões, muitas vezes difíceis, e no fato de se assumir a responsabilidade sobre as próprias escolhas e suas consequências.<br />Boa leitura<br /><br />Ele estava embalado na carreira e nunca tivera dúvidas. Ele foi do colégio para a faculdade, onde se formou em comércio, depois se especializando em contabilidade. Em seu crescimento, a educação era tudo em sua casa, e ele deixou sua mãe e seu pai orgulhosos. “Na nossa casa foi sempre educação em primeiro, esporte depois”, ele dizia. “Praticar esportes era algo para o fim de semana”. Ele estava com 23 anos, tinha um bom emprego, possuía dois ternos e uma coleção de camisas e gravatas, lia as noticias financeiras diariamente enquanto ia de trem para o trabalho e recebia um belo pagamento toda quinta feira. Além disso, ele tinha uma ótima vista da cidade da janela do seu escritório.<br /><br />E ele odiava cada segundo de cada dia.<br /><br />“Eu estive no meu trabalho por 10 meses e olhava pela janela sonhando em pedalar, nadar e correr”, ele se lembra “Eu provavelmente não era um contador muito produtivo”.<br /><br />Ele havia tido sucesso como triatleta amador, mas e se ele pudesse largar seu trabalho e viajar o mundo para competir como triatleta profissional?<br /><br />Um certo dia ele foi até seu chefe e avisou que estava se demitindo “Meu chefe achou que eu tivesse outra oferta de trabalho, e riu quando eu disse que não, que estava saindo para me tornar um triatleta profissional.Ele achou isso hilário”<br /><br />Mas como contar as notícias aos pais? Isso ia ser uma missão difícil. “Por duas semanas eu acordava pela manhã, vestia o terno e a gravata, e meu pai me deixava na estação de trem” ele se lembra. “Então eu descia na primeira parada, voltava para casa e gastava o dia com minha bicicleta.<br /><br />Mas ele sabia que um dia ia ter que encarar a realidade. Quando ele finalmente sentou com seus pais para contar a notícia sua mãe o apoiou, mas seu pai permaneceu em silêncio. “Isso foi o pior”, ele diz. “Eu teria preferido vê-lo zangado e gritando comigo. Quando ele se calou eu disse, pai, não fique desapontado, fique bravo”.<br /><br />Mas na verdade, seu pai estava apenas processando a informação. A resposta de seu pai foi algo de que ele se lembrará para sempre. “Ele disse ‘Filho, se é isso que você quer fazer, se você quer se tornar um atleta profissional... Então seja um atleta profissional. Não perca os próximos 10 anos de sua vida sendo estúpido. Faça do jeito certo. Se você se tornar o melhor que você pode ser,eu ficarei muito orgulhoso de você’”.<br /><br />Ele comprou uma passagem de ida para a Europa, voou para Paris com $2700 em seu bolso e comprou uma revista de triathlon quando aterrissou. “Eu me hospedei em um desses hotéis baratos formula1 e competia três vezes a cada fim de semana. Eu iria competir até conseguir ou até que meu dinheiro acabasse”, ele se diverte.<br /><br />Em Orange ele pagou adiantado por três noites e acabou ficando cinco. “A gerente do hotel ficava indo até o meu quarto para buscar o dinheiro para a quarta e quinta noites”, ele se lembra. “Eu acabei pulando a janela e fugindo do pagamento das duas últimas noites. Ela provavelmente procura até hoje por mim”.<br /><br />O triathlon é um pouco diferente na Europa. Ele podia competir em um evento menor na sexta feira à noite e em um maior no sábado na mesma cidade, na França. Então ele podia pegar o trem noturno, evitando ter de pagar uma noite de hotel, chegar à Suíça pela manhã e então competir no domingo. ”Em um final de semana eu ganhei $1000 e me senti o homem mais rico do mundo, que eu nunca teria de trabalhar novamente”, ele diz. “Eu estava espantado e emocionado com tudo aquilo. Eu queria provar para meu pai e minha mãe que eu havia feito do jeito certo, que eu tinha tomado a decisão certa”.<br /><br />Essa decisão o levou a vencer o Campeonato mundial de triathlon olímpico em 1997, Wildflower, Escape from Alcatraz, triathlon de Chicago, St. Croix, o Ironman da Austrália, o mundial de Ironman no Havaí em 2007 e outras incontáveis conquistas.<br /><br />Os sonhos se tornam realidade?<br />Pergunte a Chris McCormackArthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-83744124566314174222010-03-15T13:39:00.000-07:002010-03-15T13:44:39.668-07:00Para onde você deixa a sua cabeça te levar?<p align="justify">Muitas vezes, na pressa e na rotina dos treinamentos e competições, o atleta passa pelas conquistas e os fracassos sem tempo para avaliar os resultados de seus esforços e os motivos que foram determinantes para o resultado final alcançado. </p><p align="justify">Nestes momentos são comuns vitórias seguidas, que enchem os atletas de motivação para continuar treinando, de energia para vencer o cansaço e de confiança para enfrentar e vencer qualquer adversário. Nestes momentos o atleta se coloca inconscientemente em um estado de ânimo tão positivo que quase como por inércia os bons resultados tendem a se repetir cada vez mais. Parece que tudo dá certo para ele, a sorte está do seu lado, e os desafios parecem simples e fáceis.</p><p align="justify">Por outro lado também são comuns os períodos difíceis, onde as derrotas e os maus resultados se repetem. Tudo parece difícil, duro, inalcançável, as coisas dão errado e o atleta não consegue sair desta situação, parece preso em areia movediça, quanto mais luta para sair, mais se afunda. Neste momento os pensamentos negativos se estabelecem na consciência do atleta e falta-lhe motivação, energia e confiança para lutar pelos seus objetivos.<br /></p><p align="justify">É óbvio que a primeira situação é muito melhor que a segunda, mas a falta de consciência durante qualquer uma destas situações faz das possibilidades de aprendizado e crescimento do atleta, igualmente limitadas em qualquer um dos cenários. </p><p align="justify">Desta forma é fundamental que possamos tomar consciência dos aspectos que influenciam nossos resultados e estar constantemente aprendendo tanto com as derrotas, quanto com as vitórias. Estes aspectos estão ligados a hábitos produtivos, escolhas e caminhos que buscamos a cada ação que realizamos em direção ao objetivo final. Na busca por bons resultados devemos estar constantemente positivos em um ciclo virtuoso de ações e pensamentos. </p><p align="justify">De maneira simplificada poderia levantar quatro aspectos inter-relacionados, que influenciam diretamente os desempenhos e resultados dos atletas em competição. É difícil ordenar sua importância, mas como meu trabalho atua mais diretamente com as questões cognitivas começo sempre com o pensamento. </p><p align="justify">É fundamental manter o pensamento positivo diante de todos os aspectos envolvidos no esporte. Confiar nas próprias capacidades, nos treinos, na evolução, encarar os desafios como oportunidades, chances para crescer, se superar. Estes aspectos nos garantirão uma perspectiva positiva em relação à atividade e em relação à própria vida, diminuindo o peso das dificuldades e o tamanho dos obstáculos. Este pensamento positivo nos leva ao segundo aspecto, as atitudes. Pensamentos positivos aumentam a probabilidade de apresentarmos atitudes positivas. </p><p align="justify">Atitudes positivas são aquelas ligadas aos valores de produtividade e crescimento. No esporte, diretamente, são as atitudes que ajudam o atleta a evoluir. São o trabalho duro, o esforço, a dedicação, disciplina, forçar os limites, persistir, e todos os aspectos necessários na formação de um grande atleta. Estas atitudes, quando realizadas de forma intencional e com empenho irão influenciar o próximo aspecto envolvido na performance, o resultado. Atitudes positivas aumentam a probabilidade de alcançarmos resultados positivos. </p><p align="justify">Aqui entramos na situação que descrevi no início do texto, quando entramos em uma seqüência de resultados positivos começamos, quase de forma inconsciente, a entrar em um estado positivo tal que tudo parece ser mais fácil e tanto os obstáculos começam a parecer menores, quanto os resultados aparecem de forma mais natural. E quando falo em resultados não me limito aos resultados de competição, mas também aos mais simples resultados conquistados através das atitudes positivas. E como o resultado é a finalidade da prática esportiva, os resultados positivos nos conduzem ao último aspecto, as emoções positivas. Os resultados positivos, principalmente quando são resultado de todo o processo descrito aqui, produzem as emoções positivas. </p><p align="justify">E afinal são as emoções positivas que nos dão tanto prazer em continuar trabalhando em busca de nossos objetivos, são aquelas sensações de dever cumprido, de capacidade, de realização de alegria. São os sentimentos que reforçam a autoconfiança, a auto-estima do atleta e que em última instância estão relacionados ao conceito de FELICIDADE. </p><p align="justify">Então fechamos o ciclo virtuoso quando os sentimentos positivos influenciam os pensamentos do atleta. Um atleta confiante, com grande auto-estima, feliz e se sentindo capaz de conquistar seus objetivos mantém naturalmente os pensamentos mais positivos diante de qualquer situação.</p><p align="justify">Por outro lado, este aspecto se repete da mesma forma no sentido inverso quando não cuidamos com cuidado de todos estes aspectos. Quando começamos a pensar de forma negativa somos levados a atitudes negativas, que causam resultados negativos, nos trazem emoções negativas e nos afundam cada vez mais nos pensamentos de incapacidade, inferioridade e medo diante dos desafios. </p><p align="justify">Por isso é tão importante pensarmos onde estamos deixando nossa cabeça nos levar, se temos controle sobre o que pensamos, se cultivamos atitudes produtivas, se estamos buscando a felicidade de forma correta e fazendo com que nossas conquistas nos impulsionem cada vez mais a frente. Afinal o desempenho é resultado de todo um processo objetivo e específico e não resultado do acaso, e quanto maior o controle sobre o processo, maior a probabilidade de sucesso.<br /></p>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-69706969409136837552010-02-17T06:04:00.000-08:002010-02-17T06:16:50.181-08:00Persistência<div align="justify">Não costumo colocar muitos textos de fora no blog, ou quando coloco normalmente o faço de forma comentada, ilustrando algumas das minhas idéias e opiniões.<br />Este texto eu encontrei no blog da equipe de natação do clube Paineiras do Morumby, gerenciado pelo head coach Wlad, que procura sempre trazer informações, textos e idéias novas para seus atletas, de forma dedicada e persistente.<br />O texto em si eu já achei muito interessante, mas decidi colocar aqui quando, em uma conversa com uma amiga que havia acabado de ser cortada de uma seleção, mostrei o texto e ela depois me disse que ele a ajudou a deixar de lado a frustração e a voltar a pensar nos treinos. </div><div align="justify">A tradução é do próprio Wlad.<br /></div><strong></strong><br /><strong>Persistência</strong><br /><div align="justify"><br />Por Angie Wester-Kreig<br />Atleta Olímpica em 1992 e Medalhista Panamericana<br /><br /><br />Eu comecei a competir com sete anos, o que 'e quase normal para todos os nadadores de elite. Vinte anos e quatro Seletivas Olímpicas depois, eu ainda continuava treinando. Eu era a mais velha mulher no time de natação americano na Olimpíada de 1992, e também a mais velha "caloura" em qualquer Olimpíada já realizada. Minha primeira Seletiva Olímpica foi em 1980. Alguém poderia olhar minha situação e dizer que ninguém na equipe tem mais seletivas nas costas dos que eu, mas também ninguém teve mais desapontamentos nelas do que eu. Não existem atalhos na natação. Nos todos já ouvimos isto antes. E, não existem formulas milagrosas de sucesso também. Todos nos temos nossa própria formula de sucesso que ao final das contas nos ira levar a vitoria. Isto porem em algumas vezes levara um pouco mais de tempo para chegar aonde você quer: ao objetivo. Eu era uma das participantes da Seletiva Olímpica Americana em 1980, então em 1984 eu já era uma das finalistas da Seletiva, porem não cheguei a me classificar para a Equipe Americana. Em 1988, ao contrario de 1980, eu sequer cheguei as finais. Então, em 1992 finalmente eu consegui fazer parte da Equipe Americana para a Olimpíada. Isto foi 12 anos depois do que eu esperava para uma Seleção. Doze Anos!!! Sim, isto 'e um bocado de experiência, mas também 'e um bocado de desapontamentos e desesperanças. Minha carreira inteira eu me senti frustrada porque eu sempre me classificava para os Nacionais porem nunca ficava entre os primeiros. Tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. E se existisse somente uma coisa que estes DOZE anos me ensinaram: nunca NUNCA NUNCA NUNCA DESISTA! Freqüentemente 'e dito que todos numa Seletiva Olímpica espera de algum modo, fazer parte da Equipe Olímpica. Não importa quão longe isto possa estar para as pessoas de fora, se em seu coração você não acredita que você tem uma chance, você então nunca lá poderá estar. Eu pensei que tinha uma chance em 1980. Eu pensei que eu tinha uma chance em 1984, e em 1988 e em 1992. A coisa que fez minha formula para o sucesso: PERSISTENCIA.<br />A Seletiva Olímpica de 1992 foi uma fantasia para mim. Nadei três provas para o melhor tempo de toda minha vida, provas que eu já havia nadado mais de uma centena de vezes em toda minha carreira. Pessoas falam sobre cansaço, e sobre como aprenderam a odiar a natação. Mas eu amo nadar. E eu curto muito isto, mesmo hoje. Nos dias de hoje nos estamos vendo vários atletas conseguirem resultados após anos de piscina, Mat Biondi, Pablo Morales, Killion, Jorgeson, Barrowman (todos excepcionais atletas americanos, no Brasil temos Rogério Romero como maior exemplo), e todos eles melhorando suas marcas. Isto significa que não acabamos aos 22 anos. Existe uma vida toda lá fora após o colégio, e se você achar a “atmosfera" correta pode ser uma maravilhosa combinação para uma gratificante experiência. Eu poderia ter abandonado as piscinas em 1988. E muitas pessoas poderiam, e disseram, ter dito para eu fazer isto. Eu tinha 23 anos então, e eu era velha para uma nadadora. Mas logo após poucas semanas depois de minha decepção nas Seletivas eu estava de volta as piscinas novamente, não porque eu tinha que fazer aquilo, ou porque alguém tinha me dito para fazer isso, eu estava de volta, pois eu gostava daquilo e tinha alegrias lá. Logicamente não era a todo o momento alegre treinar. Mesmo quando eu estava super empolgado na época da Faculdade, eu sentia como que deveria nadar e conseguir uma bolsa de estudo, como forma de agradecimento aos meus pais por todos os anos de apoio que eles tinham me dado. Eu era a única nadadora que marcava pontos para minha equipe (San Jose State) no NCAA (Principal Campeonato Absoluto Americano). Eu aprendi a confiar em mim mesma. E como única integrante da minha equipe em tais campeonatos, eu coloquei também muita pressão em mim. Natação 'e um esporte individual e nos freqüentemente colocamos mais pressão em nos mesmos do que deveríamos. Com a perspectiva de 20 anos de natação, um emprego em tempo integral, casada, eu aprendi como ter alegrias com a natação. Meu técnico na Faculdade ajudou-me a colocar as coisas em perspectivas mostrando-me o quanto a escola e o trabalho são na vida, e encorajando-me a não levar as coisas tão a serio. Competindo contra Mary T Meagher (ate então a recordista nos 200 Borboleta) também me ajudou a perceber que todos que competiam comigo eram somente seres humanos. Vendo os nadadores de elite relaxando antes das provas no balizamento, antes de suas principais provas, também me ajudaram a relaxar. Eu aprendi muito com isto. Eu comecei a olhar desse jeito: “Eu sou sortuda por estar aqui. E se eu somente relaxar e tentar ser o melhor que eu posso isso será legal". Finalmente, olhando a grande estrada que eu passei ate as Olimpíadas, eu vejo mais claramente agora o que eu sabia então. SUCESSO VEM DO CORACAO. A equipe de San Jose não 'e uma potência, e eu fiz a maior parte de todo meu treinamento totalmente sozinha. Quando eu terminei a faculdade, eu era obrigada a treinar aonde eu podia arrumar uma piscina. As vezes treinando sozinha, as vezes correndo próximo de Stanford, as vezes treinando com equipes master, eu fiz o melhor que eu podia com o que eu tinha em mãos. Somando-se a este ritmo de treino forte e agitado, um emprego em período integral não fazia as coisas mais fáceis, ao contrario. Mas eu sabia que se eu continuasse tentando e trabalhando e acreditando em mim, eu poderia conseguir. Escola, namorados (e maridos), vida em família, tudo coloca pressão, mas se você continua e se mantém firme em seus ideais o tempo suficiente, você ira achar sua própria formula de sucesso. </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-27544249843045755442010-02-10T11:31:00.000-08:002010-02-10T11:43:07.255-08:00Uma luz sobre o fracasso (ou como atingir os objetivos estabelecidos)<div align="justify">É óbvio que sempre queremos falar das vitórias e das conquistas. É isso que sempre buscamos, é a razão de todo o esforço e dedicação a que nos submetemos quando nos envolvemos em uma competição esportiva. </div><div align="justify"><br />No pólo oposto, a simples menção da palavra fracasso nos causa resistência, antipatia e até medo ou receio. Mas infelizmente o fracasso faz parte do esporte (e da vida), tanto quanto o sucesso e o fato de ignorarmos esta condição primordial não nos torna menos sujeitos a ele. Pelo contrário, quanto mais preparados para enfrentar a possibilidade de fracassar estivermos, mais capazes de evitá-lo seremos e mais eficientes em transformar os possíveis fracassos em sucessos futuros iremos nos tornar.<br /></div><div align="justify">Não digo que devemos estar constantemente preocupados com o que pode dar errado, tornando o medo de perder um controlador de nossos comportamentos mais forte que o desejo de ganhar. Mas considerar que o fracasso faz parte de qualquer tentativa, nos ajuda a planejar melhor nossos objetivos na tentativa de evitá-lo. Aceitá-lo, quando ele ocorre, nos permite avaliar a situação toda de uma forma mais eficiente, para que possamos identificar os fatores que realmente foram os determinantes desta situação e corrigi-los em uma próxima tentativa.<br /></div><div align="justify">O FRACASSO<br /></div><div align="justify">Não podemos confundir fracasso com derrota. O fracasso pode estar presente na performance do campeão, que pode ter falhado em melhorar seu tempo ou em conquistar um índice, e o sucesso pode ocorrer para um atleta que finalmente conseguiu completar uma prova, independente de seu tempo ou posição. Em qualquer vitória podemos identificar pequenos fracassos e em qualquer derrota podemos encontrar pequenos sucessos.<br /></div><div align="justify">O Sucesso e o Fracasso estão, portanto, muito mais relacionados aos objetivos estabelecidos do que ao resultado final concreto. Atingir o objetivo é o sucesso, não atingi-lo seria o fracasso. Mas como já disse antes não existem sucessos ou fracassos absolutos, mas precisamos admiti-los se quisermos evoluir.<br /></div><div align="justify">Diferentes motivos podem nos levar ao fracasso, e deveremos estar atentos a cada um deles quando nos preparamos para qualquer competição.<br /></div><div align="justify">O primeiro deles ocorre quando estabelecemos os objetivos, sem considerar os aspectos de realidade, simplesmente pautados em nossos desejos e não em nossas capacidades reais. Três fatores podem influenciar esta situação. O primeiro é o fato de nos basearmos apenas em nossos desejos. Os desejos e sonhos são fundamentais para qualquer conquista, mas eles não podem depender apenas do querer, precisam se basear em uma correta avaliação das condições pessoais e das capacidades já demonstradas em situações anteriores.<br /></div><div align="justify">A busca pelos objetivos também pressupõe trabalho. E a capacidade, desejo e iniciativa para realizar o que é preciso também precisam ser considerados no estabelecimento dos objetivos. O fracasso neste ponto ocorrerá quando a preparação ou treinamento realizado não for adequado ou suficiente para atingir o nível de performance desejado ou esperado.<br /></div><div align="justify">Uma auto-avaliação sincera e realista também é fundamental para evitar fracassos. Conhecer as capacidades físicas, técnicas, táticas e psicológicas individuais, assim como seus limites e possibilidades de enfrentar os desafios determinados, permitem uma avaliação mais correta e um estabelecimento de metas mais realistas.<br /></div><div align="justify">Outra forma perigosa de se fracassar é a de basear os objetivos definidos em referenciais externos, fora do controle pessoal do indivíduo. O foco principal tem de ser sempre em aspectos que estão sob o nosso controle. O treinamento, a capacidade física (força, velocidade...), o potencial, todos estes aspectos dependentes do indivíduo e não do meio ou do adversário. Não somos capazes de prever como estará o tempo (fator determinante em eventos outdoor) ou as condições de competição. Não sabemos como estarão os nossos adversários, como eles estão preparados. É evidente que em uma competição temos que considerar nossos adversários, uma vez que queremos e temos como objetivo superá-los. Mas enquanto o foco for apenas o outro, deixaremos de identificar o que precisamos evoluir, nossos pontos fortes e os fracos e seremos incapazes de inclusive enxergar os pequenos sucessos em uma situação de fracasso.<br /></div><div align="justify">Também não podemos deixar de identificar como fator determinante do fracasso o imprevisto. Fatores incontroláveis e os controláveis de que nos esquecemos podem sempre influenciar o resultado final de uma competição. Em algumas mais, em outra menos. Quanto mais dependente a modalidade for de fatores externos e fora de nosso controle, maior a probabilidade de que eles façam alguma diferença no final. Cabe ao atleta, diante dessa situação, aprender a lidar e enfrentar o imprevisto, se preparar para evitá-lo e desenvolver estratégias para que possa se recuperar ou reestruturar suas metas, diante do aparecimento destes fatores.<br /></div><div align="justify">Sucesso e fracasso são apenas palavras, termos utilizados para descrever situações e contingências. São resultado de planejamentos e estabelecimentos de metas adequados ou inadequados para alcançar aquilo a que nos propomos, em uma determinada situação, em um determinado momento. Não carregam em si, a priori, juízo de valor sobre a capacidade do sujeito. Acertar, errar e se adaptar faz parte do jogo, e aprender com cada situação é fundamental para o crescimento e a evolução de qualquer atleta ou pessoa. </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-55814148353503072022010-01-25T12:36:00.000-08:002010-01-25T13:33:05.315-08:00Características do jogador<div align="justify">Outro dia estava lendo alguns artigos e me deparei, no site de uma equipe da NBA (os Minessota Timberwolves), com um texto escrito por um dos drafters da equipe. Os drafters são aqueles caras responsáveis pela detecção de talentos para aequipe. Eles viajam o mundo inteiro, inúmeras ligas nacionais e internacionais, desde as high schools americanas, as universidades até as ligas latinas européias africanas e por aí vai. Eles estão sempreatrás de jogadores que possam se tornar grandes dentro da equipe,seja a curto, médio ou longo prazo.</div><div align="justify">O que achei interessante no texto é que ele dá uma descrição das características que ele procura nos jogadores. Ele começa dizendo que as características físicas são apenas o começo de um processo muito mais amplo. è lógico que ninguém vai trazer um jogador de 1,70m e 69kg pra jogar na NBA só porque joga bem, mas existem milhares dejogadores de 2,10m e 100kg espalhados pelo mundo, sendo que muito poucos deles realmente jogam ou até dão certo na liga.</div><div align="justify">Interessante também é que, abstraíndo-se as habilidades específicas do jogo de basquete, estas características são gerais a atletas de qualquer esporte. E este cara não está apenas diferenciando melhores ou piores jogadores, ele está procurando os melhores atletas do mundo na modalidade para jogarem na principal liga profissional de basquete, onde a diferença entre um bom jogador e um excelente pode valer títulos e milhões de dólares em retorno.</div><div align="justify">Ele começa listando as características físicas (estas específicas do basquete):</div><div align="justify">Altura, peso e força, velocidade e rapidez, envergadura, coordenação, tempo de reação, resistência(endurance) e histórico médico.</div><div align="justify">Características mentais específicas:</div><div align="justify">Senso de quadra: Ele entende como jogar o jogo? segundo o autor estaé uma área que está diminuindo muito, existe dificuldade em encontrar um jogador que sabe como jogar, e não apenas realiza jogadas ou o que lhe é instruído.</div><div align="justify">Habilidade em aprender: existe muito a aprender no jogo, como defesa, ataque, planos de jogo, tendências dos adversários, e o jogador não deve apenas ter a habilidade de aprender, mas também precisa ter o desejo de aprender.</div><div align="justify">Atitude de equipe: O jogador é altruísta? Ele põe o time em primeiro lugar? Ele acredita nos valores da equipe? Ele está disposto a se sacrificar pelos outros? respeita seus companheiros de equipe?</div><div align="justify">Treinabilidade: O jogador tem o desejo de ser treinado?Ele quer melhorar? Respeita os técnicos?</div><div align="justify">Competitividade: Ele quer realmente vencer? Ele tem orgulho?</div><div align="justify">Liderança: Nem todos os jogadores serão líderes, mas esta é uma característica valiosa para se ter. é difícil vencer sem bons líderes.</div><div align="justify">Trabalho ético e intensidade: Ele está disposto a se dedicar ao máximo para melhorar? Ele joga forte? Ele joga com energia/intensidade?</div><div align="justify">Responsabilidade: Ele é pontual? Ele se dedica a aprender as jogadas e as estratégias de jogo?</div><div align="justify">Pressão: Ele consegue suportar situações de pressão?</div><div align="justify">Habilidades de convívio: Quando você está em um time, você passa longo tempo junto com a equipe em viagens ou em casa. O jogador precisa ser capaz de se relacionar bem com as pessoas. Isto é importante tamnto em quadra como também em comunidade.</div><div align="justify">Amar o jogo (esta é muito interessante): Existem poucos bons jogadores que não amam o jogo. existemjogadores de muito talento que aprendem a se tornar profissionais e fazem o seu trabalho muito bem, mas eles nunca irão alcançar todo o seu potencial se eles não amam o jogo. A NBA é um trabalho, mas acima de tudo é um jogo. se você não se diverte jogando, você não será bom.</div><div align="justify">Esta é uma questão muito interessante quando falamos de atletas profissionais e seu envolvimento com o esporte. O esporte pode ser uma profissão, mas o caráteremocional envolvido torna esta, uma atividade diferente. E este amor pelo jogo descrito no texto é fundamental.</div><div align="justify">Neste momento o autor diferencia três tipos de atletas: O atleta de basquete(athlete), o talento no basquete(talent) e o jogador de basquete(player).</div><div align="justify">Atleta de basquete: Este é um cara que tem as características físicas para jogar na NBA. Nós não temos problemas em encontrar este tipo de jogadores. Eles estão em qualquer parque nas grandes cidades dos EUA. Poucos deles chegam a se tornar profissionais.</div><div align="justify">Talento no basquete: Estes caras não apenas tem as características físicas para jogar na NBA, mas também as habilidades para jogar. Estes jogadores podem ser encontrados em ligas em todo o mundo e em parques. Muitos desses jogadores chegam a NBA, mas poucos fazem carreiras longas.</div><div align="justify">Jogador de basquete: Este é um atleta que tem as características físicas, as habilidades, o senso de quadra, o caráter, os valores de equipe e amam o jogo. Estes jogadores têm carreiras longas, se tornam astros, mas também podem simplesmente fazer seu papel no time. Eles entendem para que servem suas habilidades e sabem como utilizá-las para ajudar o time. estes jogadores são difíceis de encontrar, mas são o que os drafters procuram.</div><div align="justify">Você pode encontrar Jogadores de Basquete na universidades, nas escolas e até nas ligas de veteranos. Se a pessoa tem as características físicas para competir na liga em que estão jogando, eles podem se tornar "jogadores", se desenvolverem suas habilidades, aprenderem como jogar e tiverem atitudes de equipe.</div><div align="justify">E finaliza:</div><div align="justify"><strong>" Não é difícil avaliar as características físicas ou técnicas do jogador, mas é difícil avaliar os corações e as mentes dos jogadores. Portanto o mais importante é ter a atitude certa, a inteligência, o caráter e a capacidade de se desenvolver"</strong></div><div align="justify">Bob Babcock</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-14928668303705464782010-01-19T09:56:00.000-08:002010-01-19T10:50:32.306-08:00Cinco Perguntas<div align="justify">No início do ano, bastante se fala sobre o estabelecimento de metas e objetivos. Sonhos, desejos, promessas de ano novo, é o momento de pensarmos no que queremos para o nosso ano pessoal, profissional e competitivo.</div><div align="justify">É inegável a importância de organizarmos um bom estabelecimento de metas para que possamos nos manter motivados durante todo o ano e para não nos perdermos no caminho. Metas de curto, médio e longo prazos, específicas, mensuráveis, possíveis e importantes para quem as busca, são fundamentais para que se trabalhe em função de algo real e não de suposições tão vagas como melhorar, evoluir ou crescer. Melhorar quanto, como , onde, evoluir em que direção, em quanto tempo, crescer porque, de que forma, com qual objetivo. Estas devem ser perguntas a serem respondidas.</div><div align="justify">Entretanto um fator é fundamental a ser considerado e vem antes de todas estas perguntas. Quais são os valores deste atleta? O que ele considera importante? O que ele busca alcançar ou manter?</div><div align="justify">Muitas vezes consideramos óbvias estas respostas e, como atletas até achamos inadequado responder algo diferente de ser campeão, vencer, ser o melhor. Mas é possível ir mais fundo. Será que uma posição ou uma conquista é o que realmente nos faz atletas? Certa vez em um filme ouvi a seguinte frase: "se você é um ninguém sem uma medalha, não se tornará alguém com uma". Esta frase resume bem esta idéia, de buscar algo mais, não substituindo um bom resultado por "ser uma pessoa melhor" como muitos pensam, ou consideram uma coisa OU outra, mas se preocupar com um crescimento maior que transformará a vitória em uma conquista consequente e não uma condição necessária para ser alguém.</div><div align="justify">Partindo destes conceitos certa vez li uma reportagem que tratava justamente do estabelecimento de metas de início de ano, mas que trazia algo diferente. Considerava a reflexão dos valores pessoais como condição inicial para se pensar estas metas.</div><div align="justify">O artigo então partia de cinco perguntas básicas que trabalho até hoje com meus pacientes:</div><div align="justify"> </div><div align="justify">1- O que é um atleta?</div><div align="justify">2- Por que eu gosto de ser um atleta?</div><div align="justify">3- Qual a coisa mais importante que eu conquisto na minha atividade física/ esportiva?</div><div align="justify">4- Existe algo realmente importante que eu quero conquistar com minha atividade?</div><div align="justify">5- Por que eu gostaria de trabalhar para conquistar isto?</div><div align="justify"> </div><div align="justify">São perguntas bastante simples e inicialmente parecem muito semelhantes. Mas é nas pequenas diferenças que o exercício de reflexão vai se construindo. Peço aos atletas que respondam uma pergunta por vez, de preferência uma por dia, concentrados, sem pressa e depois leiam sua resposta e escrevam e acrescentem o que quiserem e quantas vezes quiserem.</div><div align="justify">Com este exercício, além de descobrir e perceber coisas que nos pareciam muito longes, difíceis ou nem considerávamos, estabelecemos uma base de valores que determinará todo o nosso exercício de estabelecimento de metas. Será à partir dele que conseguiremos enxergar as contradições entre os reais valores pessoais e os objetivos detreminados por expectativas externas, entre o que é realização e o que é simples vaidade. Então poderemos trabalhar com metas mais reais, relevantes e realizadoras para cada atleta.</div><div align="justify">Cada objetivo tem de estar realmente ligado a você e ao seu projeto de vida, e a hierarquia destes valores e objetivos é o que vai determinar os caminhos e desvios a serem tomados, facilitando as decisões e proporcionando a realização pessoal, a elevação da autoestima e o aumento da confiança.</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-79668342163418326622010-01-14T10:09:00.000-08:002010-01-14T10:10:10.063-08:00Um pouco mais longeInspirado no post anterior sobre a dor enfrentada pelos atletas durante provas de endurance e um outro post que li sobre o controle de ritmo, determinado na tentativa de quebra de recordes em corridasde fundo, comecei a refletir um pouco sobre a influência do estado mental dos atletas na capacidade de manter os níveis de performance no limite durante períodos mais longos de prova.Segundo este artigo, que analisava os recordes em corridas de fundo, de 5 mil metros a maratonas, todos eles eram obtidos com um começo rápido, uma meio estável e um final ainda mais forte que o início. O trabalho então se perguntava como isso era possível, uma vez que fisiologicamente as reservas de energia dos atletas deveriam estar no fim e sua temperatura muito elevada. Isso considerando as amostras e o momento, atletas profissionais em quebras de recordes, ou seja, nenhum deles estava se poupando para acelerar apenas no final.Durante as considerações finais levantava-se a questão do controle do cérebro sobre estas reservas restantes. No modelo proposto o cérebre calcularia constantemente os níveis de energia disponível, a capacidade e velocidade de reposição, o ritmo atual e o tempo estimado até o final da prova. Através deste complexo e constante cálculo o cérebro envia mensagens para aumentar ou diminuir o ritmo necessário para atingir o objetivo final ao mesmo tempo em que tenta manter a integridade do corpo. Com a aproximação do final da prova estes cálculos vão ficando mais precisos e o cérebro "autoriza" então o gasto das últimas reservas disponíveis, até aquelas destinadas a simplesmente manter o indivíduo em pé.A questão psicológica dos atletas se torna então conseguir "dialogar" constantemente com o corpo e o cérebro para que estas reservas não sejam liberadas apenas no final, mas constantemente, em um ritmo mais forte, durante toda a duração da prova. Este "diálogo", entretanto, tem um preço duro a se pagar. Suportar a dor necessária durante mais tempo.Já discuti anteriormente os aspectos motivacionais de concentração durante o esforço e o de controle do foco de atenção, todos eles fundamentais para o desempenho máximo dos atletas.Mas outro aspecto que temos de considerar é o da confiança do atleta em suas próprias capacidades de suportar este esforço, ou se manter neste desempenho.Tanto nosso corpo como nossa mente sofrem uma exigência muito grande quando estamos buscando um nível alto de performance. A questão física e fisiológica é simples de ser percebida, etá na dor, no cansaço e no sofrimento, mas e a questão mental?Esta se encontra na ansiedade, no estresse pré, durante e pós competição, no desejo de sucesso e no medo do fracasso, no cansaço mental de horas de concentração, de diálogo interno e de necessidade de ser bem sucedido.Nosso corpo e nossa mente buscam então, sempre atingir e se manter em uma zona de conforto, cabe a nós constantemente nos forçarmos a ultrapassá-la.E são nossas experiências anteriores que nos darão a confiança que precisamos para tentar ir um pouco mais rápido, um pouco mais forte, um pouco mais pesado. Nossos treinos de sucesso, a confiança no técnico e no seu trabalho, as competições bem sucedidas e nossas referências internas e externas. Esta confiança tem de vir de aspectos reais, desenvolvidos através dos treinos e da superação constante. Não é apenas por que queremos ir mais rápido, ou porque nosso adversário está na frente que aguentaremos mais.Quando confiamos em nosso potencial e conhecemos nossos limites, e também a falta deles, começamos a aprender a tentar um pouco mais, ousar, desafiar a nós mesmos. E neste momento o "diálogo" eu-cérebro fica mais fácil, as tentações de diminuir o ritmo são menos frequentes, e nos autorizamos a "gastar mais", para alcançar os objetivos ambiciosos que nos propomos diariamente.Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-4251694798574005282009-10-17T13:48:00.000-07:002009-10-17T14:12:17.288-07:00Sports Psychology: Understanding and Influencing the Road to Success<div align="justify">Fonte: <a href="http://www.usta.com/USTA/Global/PlayerDevelopment/Sport_Science/all/117729_Sports_Psychology_Understanding_and_Influencing_the_Road_to_Success.aspx">http://www.usta.com/USTA/Global/PlayerDevelopment/Sport_Science/all/117729_Sports_Psychology_Understanding_and_Influencing_the_Road_to_Success.aspx</a><br /><br />Mais um estudo interessante baseado em entrevistas realizadas com grandes atletas.<br />Publicado no site da USTA (United States Tennis Association), o artigo que leva o mesmo nome do título deste post, dos autores Suzie Tuffey Riewald, Ph.D e Kirsten Peterson, Ph.D levanta a discussão sobre os principais aspectos influenciadores do desenvolvimento de grandes atletas.<br />No artigo os autores apresentam um trabalho de 2003 de Riewald & Peterson, do comitê olímpico americano, que entrevistaram ex-atletas olímpicos, pedindo-os para destacar cinco fatores que influenciaram positivamente em sua carreira e os cinco principais obstáculos que tiveram que ser superados.<br />Estes foram os resultados obtidos:<br /><strong></strong></div><div align="justify"><strong>What factors positively influenced success?</strong></div><div align="justify">Olympians were asked to identify five factors that had a significant influence on their athletic success. Following is a description of the top ten factors (the percentage of athletes who identified this as a factor influencing their success is provided in parenthesis).<br />Dedication and Persistence (58%): This related to the positive influence of the Olympian’s inner drive, desire, persistence, and commitment to achieving their goals.<br />Family and Friends (52%): This support or influence included financial and emotional support, instilling confidence, providing an introduction to the sport, and the provision of stability.<br />Coaches (49%): Excellent coaches throughout their development were identified as having a great influence on success.<br />Love of Sport (27%): Love of, and passion for, the sport greatly influenced success, often providing the necessary motivation to continue training in less than optimal conditions.<br />Training Programs and Facilities (22%): The opportunity to train with club, college, national level, or resident teams and access to programs and facilities was important.<br />Natural Talent (22%): A genetic predisposition or God-given talent played a role in athlete success.<br />Competitiveness (15%): A strong competitive nature and love of competition was identified as a factor influencing success.<br />Focus (13%): The ability to stay focused on goals and the task at hand, despite distractions, had a significant influence on success.<br />Work Ethic (12%): Hard work and a strong work ethic were factors that influenced success.<br />Financial Support (12%): The financial support from sources such as sponsorship, college scholarship, private donors, athlete grants, and fundraising contributed to success.<br /><strong></strong></div><div align="justify"><strong>What obstacles had to be overcome to achieve success?</strong></div><div align="justify">The second question asked Olympians to list up to five obstacles to their success. After reading the list, you’ll recognize that several of these obstacles are the “flip side” of some of the identified success factors, adding even greater strength to the importance of that factor.<br />Lack of Financial Support (53%): Some implications of lack of financial support included increased stress and insecurity, compromised training due to having to work, and inability to compete nationally and internationally.<br />Conflict with Roles in Life (33%): This related to conflict experienced in trying to balance/manage multiple roles including work, career, school, family, and athletic endeavors.<br />Lack of Coaching Expertise or Support (29%): This related to having coaches with limited knowledge or expertise as well as conflicts with the coach.<br />Lack of Support from USOC and NGB (22%): Issues with these organizations included a lack of mental preparation programs, no organization or encouragement, and being too bureaucratic.<br />Mental Obstacles (22%): This includes such obstacles as low confidence, perfectionism, and dealing with pressure.<br />Lack of Training/Competition Opportunities (20%).<br />Medical Problems (20%): Injuries, illness, and other medical issues, as would be expected, were perceived as an obstacle to athletic success.<br />Lack of Social Support (11%): Family, friends and peers who provided little or no support and at times even discouraged athletic pursuits were perceived as obstacles.<br />Physical Limitations (8%): Identified limitations included characteristics such as height, weight, strength and endurance.<br />Failure (6%): This related to a fear of failure and learning to deal with failure. </div><br /><div align="justify">Estes são dados bastante interessantes. Principalmente por terem sido obtidos através da experiência de atletas olímpicos, que já puderam refletir e avaiar sua carreira de sucesso, atribuindo valor a todos estes aspectos.</div><div align="justify">Cabe agora, aos profissionais que trabalham diretamente com os atletas de elite ou em formação, ficarem atentos a cada um destes aspectos. Desta forma as condições de preparação poderão ser melhoradas e o potencial destes atletas desenvolvido em um ambiente mais favorável. </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-49362198808545889042009-10-13T06:47:00.000-07:002009-10-13T18:55:32.646-07:00Uma Perspectiva da Dor<div align="justify">Quanta dor um atleta pode suportar durante uma prova? E por quanto tempo ele suporte se manter neste sofrimento?</div><div align="justify">Estas perguntas me surgiram durante a prova do mundial de Ironman, disputado no Havaí, neste último dia 10. Para aqueles que não estão familiarizados, o Ironman é uma prova de triathlon com as distâncias de 3800m de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida. Apenas pelas distâncias a prova já é um desafio imenso. No Havaí então, onde a final do circuito é disputada todos os anos, o cenário é ainda pior. Muito vento, umidade altíssima e calor insuportável ainda se juntam a um percurso difícil onde boa parte é percorrida em terreno desértico, passando inclusive por antigos campos de lava.</div><div align="justify">Para muitos atletas, estar no Havaí, em Kona mais especificamente, já é uma vitória, pois apenas os melhores atletas do circuito se classificam para esta prova. Terminar a prova já é um grande desafio e uma grande recompensa. Estes atletas sofrem, sentem dores, desconfortos, passam mal. Concluindo a prova em 9 ou 17 horas(tempo limite), não há quem não se supere.</div><div align="justify">Mas o que me impressionou nesta prova foram os super atletas, que terminaram a prova em pouco mais de 8 horas no caso dos homesn e em pouco menos de 9 no caso da campeã feminina.</div><div align="justify">Podemos dizer que estes atletas são profissionais e estão super treinados, e são os melhores do mundo, mas não podemos dizer que eles não sofrem. Suas declarações após a prova são impressionantes, falam de superação, de sofrimento, de dor, e de aprender coisas sobre os próprios limites que desconheciam.</div><div align="justify">É óbvio que para quem não está familiarizado com o esporte, correr uma maratona é um sofrimento, mas estes atletas correm a prova abaixo de três horas, um ritmo impressionante para quem já nadou e pedalou 180km. E este ritmo dói. O coração, o pulmão, as pernas, os pés, os ombros, fora os desconfortos estomacais, o diafragma contraído já por umas 5 horas, que começa a doer, as costas, os desconfortos de calor, bolhas, subidas e descidas, e tudo isso por quase 3 horas. Como é possível suportar tudo isso sem cair na tentação de diminuir o ritmo?</div><div align="justify">Em uma entreveista certa vez, o canadense Peter Reid (bi-campeão da prova) disse que algum tempo antes da prova em Kona ele se isolava do mundo treinando. Neste tempo ele dizia que resolvia todos os problemas, medos e dúvidas quanto a si mesmo, pois na hora da prova, neste ritmo insuportável, se qualquer coisa se pusesse em seu caminho, por menor que fosse, desviando sua concentração, ele não aguentaria. Lembrei-me dessa declaração quando, na prova deste ano, corriam lado a lado, na segunda posição, o campeão da prova e o terceiro lugar, em busca do então líder. Durante alguns vários minutos eles correram lado a lado, na mesma velocidade, com passadas idênticas em ciclo e amplitude e com a mesma posição do corpo, como se fossem sombras um do outro. A única diferença entre eles era a cabeça, e isso foi logo notado pela comentarista, ex-atleta, grande vencedora em Kona. Enquanto o campeão mantinha a cabeça firme, olhando apenas para frente, extremamente concentrado, seu adversário já parecia estar incomodado com outros fatores. Olhava para os lados, para a moto da fimagem, para os espectadores, para o relógio, como se não suportasse ficar dentro de si, com sua dor e seu sofrimento, e aos poucos foi perdendo o ritmo e ficando para trás.</div><div align="justify">Estas cenas ficam guardadas em nossa memória e a psicologia do esporte tenta explicar alguns aspectos que influenciam nestes estados. A concentração e o foco com creteza são dois dos aspectos muito importantes quando falamos neste tipo de dor, a dor de performance. Diversos são os elementos presentes em nossa cabeça durante uma prova como esta. Elementos que nos ajudam, como o controle do ritmo, a sensação do corpo, a frequência das passadas, respiração, foco nos objetivos, entre outros e elementos que nos prejudicam, como dúvidas, medos, desconfortos e outros pensamentos inadequados. Quando aprendemos a controlar estes pensamentos conseguimos ocupar nossa mente com aquilo que é positivo, nos colocando em um estado melhor, que irá favorecer nosso desempenho.</div><div align="justify">Mas existem diferentes abordagens pessoais em relação a estes momentos de dor. Existem pessoas que preferem o que chamamos de pensamento associativo, isto é, focar a atenção em si, no corpo, na dor e tentar combatê-la e suportá-la diretamente. Outros atletas preferem o pensamento dissociativo, onde a estratégia é desviar o foco de sua situação, pensando em outras coisas, tentando "esquecer" estas sensações ruins. Muitos atletas lidam muito bem com a dor de forma dissociativa, mas uma verdade é que independente deste método, a dor sempre volta.</div><div align="justify">Objetivos fortes também nos fazem suportar melhor estes estados. Metas bem definidas, trabalhadas e alcançadas nos dão confiança para continuar em busca dos nossos objetivos finais. E se estes valem realmente a pena eles serão mais fortes que a dor. Segundo o grande ciclista Lance Armstrong: “Pain is temporary. It may last a minute, or an hour, or a day, or a year, but eventually it will subside and something else will take its place. If I quit, however, it lasts forever.” Pensar portanto no objetivo final além da dor, nos leva a sempre estender um pouco os limites.</div><div align="justify">Esta dor é, portanto, aceita como parte inerente ao processo do treinamento e da competição. Ela é inevitável apesar de todo o treinamento desenvolvido e do nível do atleta, pois quanto mais treinado ele for, mais ele terá condições de ultrapassar seus limites. Assim como os limites do corpo são estendidos, os limites da dor também o são. E feitos impossíveis para grande parte da humanidade são simplesmente suportados pelos grandes atletas, as custas de recursos muito bem desenvolvidos, mas não menos sofridos e dolorosos.</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-82648887137877032452009-10-05T13:12:00.000-07:002009-10-06T07:35:04.636-07:00Trazendo o futuro para perto<div align="justify">Com a escolha do Rio de Janeiro como sede dos jogos olímpicos de 2016, diversos atletas expressaram seu desejo de continuar competindo até lá. Além deles, inúmeros jovens ainda em fase de formação já sonham com o dia em que poderão disputar uma medalha olímpica dentro de seu país. É claro para todos a importância de um objetivo como este e a capacidade que ele tem de nos motivar, pelo menos, a tomar uma decisão e começar a trabalhar em função dele. Mas o grande problema é que ainda faltam sete anos para o início dos jogos do Rio. Podemos estar motivados hoje para competir, mas o que ocorrerá no meio do processo, quando o objetivo final ainda estiver distante, os treinamentos duros, cansativos e monótonos e os resultados não tão positivos?</div><br /><div align="justify">Os ciclos olímpicos têm esta característica, um objetivo final normalmente muito distante do presente, que apesar de sua grande capacidade motivadora também apresenta uma grande dificuldade de preparação e disciplina. Mas este fato não se limita as olimpíadas, ele se repete constantemente em todas as modalidades e todos os níveis. Em modalidades específicas como a natação, a ginástica artística e o nado sincronizado o atleta se dedica a meses de treinamento para desempenhar em pouco tempo tudo aquilo que treinou, algumas poucas vezes por ano. No caso dos esportes coletivos, embora jogem semanalmente, são necessários inúmeros jogos para que um campeonato se decida apenas no final do ano, em um jogo final ou na soma dos pontos.</div><br /><div align="justify">Tudo isto nos leva a uma importante questão da psicologia do esporte. Como manter motivadas as equipes e os atletas quando o objetivo final está tão distante do presente? ou mais precisamente: Como fazer com que estes objetivos possam estar presentes e reforcem diariamente o comportamento dos atletas?</div><br /><div align="justify">Esta questão é tratada quando falamos em estabelecimento de metas e objetivos. Todos nós fazemos os nossos planos, temos os nossos sonhos e trabalhamos em função deles, mas quando conseguimos nos organizar de uma forma mais sistemática e racional, de acordo com nossas metas, tanto o controle do processo como a confiança no resultado aumentam e conseguimos trazer o futuro diariamente para nos motivar.</div><br /><div align="justify">O primeiro, e mais fundamental passo, é descobrir, REALMENTE, qual o nosso objetivo. O que nos motiva? até onde queremos chegar? por que queremos isso? Em princípio estas questões parecem fáceis de serem respondidas, é óbvio que se perguntarmos para uma criança em fase de iniciação ou aprendizado de uma modalidade esportiva qual o seu sonho ela responderá que é competir nos jogos olímpicos. Mas um objetivo é mais que um sonho, é algo pelo qual queremos trabalhar. E como o trabalho aumenta a medida que os nossos objetivos se tornam mais ambiciosos, devemos nos perguntar se realmente estamos dispostos a trabalhar o necessário em função daquele objetivo. Isto porque assumimos uma responsabilidade em relação a ele e a nós mesmos, sob pena de fracassarmos e comprometermos nossa confiaça e nossa disposição para buscarmos novas metas.</div><div align="justify">As metas portanto precisam estar adequadas às nossas capacidades aspirações. Devem se relacionar a quem nós somos e o quanto queremos alcançar isto. Inúmeros são os elementos externos que podem nos motivar. Reconhecimento, atenção, fama, dinheiro, diferenciação, são alguns exemplos destes motivadores chamados de extrínsecos. Mas estes muitas vezes são motivadores mais fracos, pois em uma instância fundamental o esporte é um desafio solitário. A vitória está aos olhos de todos, mas a dor é invisível. Acordar cedo todo dia, suar, sofrer, sentir dor, suportar os momentos difíceis, isolar-se do convívio social, são processos que o atleta tem de vivenciar sozinho. Portanto, os motivadores, para serem realmente fortes precisam vir de dentro, formados em um compromisso consigo mesmo, de querer vencer, se superar, evoluir, de realmente querer trabalhar em função desta evolução, destes desafios, pois é este caminho que fortalece o atleta.</div><div align="justify">Desta forma, antes de simplesmente determinar os objetivos pessoais de acordo com o que se quer no momento, o que está na moda, na mídia, o que os amigos ou o grupo acham interessante ou valorizam, os atletas devem encontrar as suas próprias metas. Eles devem encontrar seus motivos e propósitos, descobrir o que os motiva a este desafio, externamente e fundamentalmente internamente pois apenas desta forma cada degrau a ser vencido poderá lhes dar direção confiança e motivação para chegar até o topo. </div><div align="justify"> </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-29405048292191917632009-10-01T11:03:00.000-07:002009-10-01T11:24:58.112-07:00Características de um atleta mentalmente forte<div align="justify">Em um estudo publicado no International Journal of Sports Psychology, em 2007, os autores Jones, Hanton e Connaughton entrevistaram uma amostra de atletas campeões olímpicos e mundiais, alguns de seus técnicos e psicólogos com o seguinte questionamento:<br />Na sua opinião, quais são as características de um atleta mentalmente forte?<br />O que os autores estavam tentando definir era o termo Mental Toughness (força mental), que seria um diferencial competitivo destes atletas e que por serem supostamente mais fortes mentalmente, conseguiriam uma definição melhor do termo.<br />Analisando as respostas dos sujeitos os autores classificaram os resultados em 4 categorias. Atitude, Treinamento, Competição e Pós competição, estes estágios foram posteriormente divididos em 13 sub grupos. Os atletas mentalmente fortes teriam, portanto comportamentos específicos relacionados a cada um destes fatores e momentos.<br />A seguir, as características levantadas pelos atletas do Estudo:<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">1 -</span></strong> <strong><span style="font-size:130%;">Atitude</span><br /></div></strong><div align="justify"><strong>1.1 -</strong> <strong>Confiança</strong><br />1.1a - Têm uma confiança inabalável como resultado de uma consciência total de como chegou onde está.<br />1.1b - Têm uma arrogância interna que o faz acreditar que pode alcançar tudo o que se dispõe a buscar<br />1.1c - Acredita que pode vencer qualquer obstáculo que estiver em seu caminho<br />1.1d - Acredita que seu desejo e vontade irão resultar em atingir todo seu potencial<br /><br /><strong>1.2 - Foco<br /></strong>1.2a - Recusa-se a ser seduzido por ganhos a curto prazo que possam ameaçar o alcance dos objetivos principais a longo prazo<br />1.2b - Têm a segurança de que alcançar suas metas esportivas é a prioridade número um em sua vida<br />1.2c - Reconhece a importância de saber quando se ligar e desligar do esporte<br /></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;">2 -</span></strong> <strong><span style="font-size:130%;">Treinamento</span></strong><br /><strong>2.1 -</strong> <strong>Usando metas de longo prazo como fonte de motivação</strong><br />2.1a - Quando o treino fica duro, porque as coisas não estão indo bem, fica se lembrando das metas e aspirações e em porque está passando por isso.<br />2.1b - Têm a paciência, disciplina e auto-controle durante o treinamento necessário para o desenvolvimento de cada estágio que permita desenvolver todo o seu potencial<br /><br /><strong>2.2 - Controlando o ambiente</strong><br />2.2a - Permanece no controle e não sendo controlado<br />2.2b - Utiliza todos os aspectos de um ambiente muito difícil de treinamento a seu favor<br /></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>2.3 - Levando-se ao limite</strong><br />2.3a - Adora os momentos em que o treino realmente dói<br />2.3b - Aproveita as oportunidades de competir durante os treinos<br /></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;">3 - Competição</span></strong><br /><strong>3.1 - Enfrentando pressão<br /></strong>3.1a - Adora a pressão da competição<br />3.1b - Se adapta e enfrenta qualquer mudança, distração e ameaça sob pressão<br />3.1c - Toma as decisões corretas e escolhe as opções certas que garantem ótimo desempenho sob condições de extrema pressão e dúvida<br />3.1d - Enfrenta e canaliza a ansiedade em situações de pressão<br /><br /><strong>3.2 - Confiança</strong><br />3.2a - Têm um compromisso total com a performance e o objetivo final até que se esgote a última possibilidade de sucesso.<br />3.2b - Não se abate com os erros e consegue se recuperar deles<br /></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>3.3 - Controlando a performance</strong><br />3.3a - Têm um “instinto assassino” para aproveitar o momento decisivo, quando sabe que pode vencer.<br />3.3b - Consegue aumentar seu nível de performance no momento em que mais importa.<br /><br /><strong>3.4 - Mantendo-se focado</strong><br />3.4a - Fica totalmente focado na tarefa em face às distrações<br />3.4b - Mantêm-se comprometido com um foco interno apesar das distrações externas<br />3.4c - Em certas provas, mantêm-se focado no processo e não apenas no resultado.<br /></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>3.5 - Controlando pensamentos e emoções</strong><br />3.5a - Mantêm-se conscientes de qualquer pensamento e sentimento inadequados e consegue modifica-los com a intenção de melhorar sua performance<br /><br /><strong>3.6 - Controlando o ambiente</strong><br />3.6a - Utiliza todos os aspectos de um ambiente competitivo muito difícil a seu favor<br /></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;">4 - Pós-competição</span></strong><br /><strong>4.1 - Lidando com a derrota</strong><br />4.1a - Reconhece racionalmente a derrota e identifica as possibilidades de aprendizado para seguir em frente<br />4.1b - Usa a derrota para se motivar para o futuro sucesso<br /><br /><strong>4.2 - Lidando com a vitória</strong><br />4.2a - Sabe quando comemorar e quando parar e focar no próximo desafio.<br />4.2b - Sabe como administrar o sucesso<br /> </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-20812942647630632832009-09-30T19:55:00.000-07:002009-09-30T19:56:23.848-07:00Grupos, Equipes e Atletas<div align="justify">Do que consiste um grupo? Como são formadas as equipes? Quando uma simples reunião de atletas e talentos passa a constituir verdadeiramente um time?<br />Diversas vezes nos perguntamos estas questões esperando compreender como estes processos ocorrem e como esta compreensão pode no ajudar a formar equipes mais eficientes e produtivas.<br />É normal acompanharmos no esporte a formação de equipes idealizadas simplesmente através da união de diversos talentos, e depois vê-las fracassando pelo simples fato de não conseguirem expressar coletivamente as potencialidades individuais de seus membros.<br />Não podemos ignorar a importância de um grande talento dentro de uma equipe vencedora, mas isto por si só não basta, e quanto mais interativa for a tarefa a ser desempenhada mais dependente das qualidades do grupo este atleta será. O Jogador de basquete norte americano Michael Jordan já disse uma vez, que grandes jogadores vencem jogos, mas apenas grandes equipes vencem campeonatos.<br />Mas quando podemos dizer que um conjunto de pessoas é realmente um grupo?<br />Existem alguns fatores necessários para chegarmos a tal afirmação. Em primeiro lugar precisamos considerar a questão dos objetivos. Eles precisam ser comuns a todos os membros da equipe. Embora cada indivíduo possa ter objetivos particulares, estes deverão estar submetidos ao objetivo principal da equipe. O trabalho de uma equipe irá, portanto, se estruturar em função do objetivo coletivo determinado pelo grupo. O Objetivo não apenas direciona os esforços da equipe, mas também estrutura suas relações. É em função dele que se discriminam os papéis de cada membro, se hierarquizam as funções e se distribuem as tarefas. Isto pode mudar em função do grupo, da modalidade e até do momento do jogo em que o grupo se encontra. Em um jogo de futebol por exemplo, os objetivos da cada jogada, de defesa ou de ataque, detrminam a funções dos jogadores (zagueiro, lateral, meio campo e atacante), seu papel na jogada (criar, apoiar, defender, dar segurança, distribuir e marcar) e até sua importância (atacante na jogada de ataque, goleiro na de defesa). Quando todos os sujeitos atuam de forma coordenada e estruturada em função dos objetivos comuns podemos dizer que temos uma equipe.<br />Como um grupo implica em uma reunião de pessoas, seres humanos, não podemos ignorar a importância das relações interpessoais no processo de sua formação. As ligações pessoais, emocionais e afetivas estão presentes em qualquer grupo e podem reforçar a coesão, melhorar a qualidade do ambiente e potencializar o trabalho da equipe. Entretanto, relações ruins podem prejudicar toda a organização alcançada e atrapalhar o seu funcinamento.<br />A equipe passa então por quatro momentos básicos em seu processo de construção. O primeiro deles é chamado de estágio de formação. Nesse etágio ocorre o agrupamento dos atletas, é onde eles passam a se conhecer, se testar e se desafiar. Cada um procura compreender o seu papel dentro do todo, sua importância e suas funções. Neste estágio também começam a surgir as lideranças e os sub grupos.<br />O segundo momento é o chamado de agitação, é onde surgem os conflitos primordiais. Desafios a liderança e ao controle do grupo, conflitos interpessoais, tentativas de afirmação e contestação ao controle e às regras impostas são comuns. Embora seja um momento desconfortável para as equipes e possa reaparecer a cada momento crítico vivenciado pela equipe (sequência de derrotas, resultados ruins), é de fundamental importância para a determinação dos papéis, desenvolvimeto das relações e para o ambiente do grupo. Dizemos inclusive que um grande problema é um grupo aparentemente sem conflitos, pois reprimidos, estes se tornam maiores e costumam aparecer quando a situação já está em um estado muito avançado.<br />O próximo estágio é o da normalização. Ele é resultado da solução dos conflitos da fase anterior e é o momento onde a coesão realmente se desenvolve. as disputas e transformam em cooperação, os papéis são definidos e as funções divididas e organizadas em função dos objetivos comuns. No último estágio, o de atuação toda esta estrutura desenvolvida é colocada em prática. Com os papéis determinados, os conflitos reolvidos e as relações estáveis a energia do grupo é canalizada com todo o seu potencial em direção ao objetivo determinado. O objetivo principal é o sucesso da equipe.<br />Alguns fatores contribuem para este processo de formação e ao fortalecimento da identidade grupal. O primeiro deles é a qualidade da comunicação dentro do grupo. A comunicação está presente em todos os estágios e momentos da formação do grupo, e pode facilitar ou dificultar o processo de acordo com sua efetividade. Ela tem a capacidade de resolver conflitos, determinar objetivos, organizar esforços, influenciar pessoas e motivar os membros a submeterem seus objetivos pessoais aos da equipe. Uma comunicação efetiva facilita qualquer processo que envolva relações interpessoais.<br />Valores, ideais e propósitos comuns entre os membros do grupo também são fundamentais para o sucesso de uma equipe. Valores são todos os elementos que os indivíduos consideram importantes, que querem obter ou manter, os objetivos das ações. Eles podem ser externos, como o reconhecimento e a fama, ou internos, como o orgulho ou a satisfaçõ de ter alcançado um objetivo por esforço próprio. Quando os valores dos atletas estão alinhados, quando cada um percebe a sua importância no grupo, sua contribuição pessoal para aquilo que é dele, do qual ele faz parte, a dedicação e o empenho aumentam e a tolerância às dificuldades é mais suportável.<br />Devemos então prestar atenção quando montamos ou conduzimos uma equipe, para não ignorarmos os processos inerentes a sua formação, achando que só porque estão treinando juntos os atletas formam um time. Grupos, equipes e times, exigem um trabalho e um cuidado constante, pautado na atenção às suas necessidades e às suas relações e desenvolvido através da comunicação atenta e cuidadosa na condução de seus processos.<br /></div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-80402221469019147042009-09-29T20:05:00.000-07:002009-09-29T20:08:32.023-07:00Lesões Esportivas e a Psicologia do Esporte - Parte 3 (Estratégias de Coping)<div align="justify">Os trabalhos de intervenção com atletas lesionados se desenvolveram, em função da utilização das estratégias de enfrentamento do sujeito, também chamadas de estratégias de coping. Estas estratégias compreendem uma série de técnicas do treinamento psicológico, tanto de capacidades psíquicas, quanto de autocontrole, e visam proporcionar um estado psicológico mais favorável durante o processo de reabilitação.<br />Identificam-se duas formas distintas de coping, de acordo com o foco dos esforços do sujeito. No coping instrumental os recursos são focados no problema (a lesão e seu processo de recuperação). O atleta se concentra em seguir os protocolos de reabilitação com empenho e dedicação como se estivesse em seu treinamento físico normal. No coping emocional o foco é dirigido para a regulação das emoções estressantes, isto é, o esforço realizado busca conter as manifestações emocionais como raiva, medo e depressão, muitas vezes dissociando seus pensamentos do processo de tratamento.<br />A forma como o atleta percebe e enfrenta sua lesão pode influenciar na rapidez de sua recuperação e na adesão ao tratamento. Isto ocorre uma vez que a presença de reações emocionais adversas pode contribuir negativamente no processo de recuperação de uma lesão esportiva, afetando sobre tudo, a adesão apropriada às tarefas de reabilitação.<br />As principais reações emocionais identificadas neste processo são a raiva e confusão, a obsessão pelo retorno, a negação, as recidivas, o orgulho exagerado, a insistência nas queixas menores, a culpa por desapontar a equipe, o afastamento social, as mudanças de humor, o desânimo e falta de confiança na recuperação.<br />As estratégias de coping surgem como facilitadoras do processo de recuperação, buscando melhorar as atitudes do atleta perante sua lesão, aumentando a adesão ao tratamento e diminuindo o estresse e as respostas emocionais negativas.<br />Dentre as principais técnicas de coping instrumental estão a informação sobre o processo de lesão, o estabelecimento de metas, a autoconversação, a visualização, o relaxamento e o desenvolvimento do apoio social. A informação sobre o processo de lesão costuma ser a primeira estratégia utilizada após a ocorrência da lesão e, normalmente, é realizada pelo médico. Sua função é explicar ao atleta o que realmente ocorreu e como será seu processo de recuperação. São dadas informações sobre as causas da lesão, os procedimentos terapêuticos e o prognóstico de recuperação.<br />Estas informações fazem com que o atleta reconheça a importância de sua lesão, compreendendo melhor suas causas e mecanismos. Isto facilita uma visão mais prática e concreta desta lesão, oferecendo alternativas ao simples processamento das emoções eliciadas pelas dores físicas e psicológicas do atleta lesionado.<br />Após receber as informações sobre sua lesão, o atleta precisa começar a se organizar e a estabelecer metas e objetivos de trabalho e recuperação. Os objetivos de recuperação determinam o grau de melhora que o sujeito espera alcançar em um determinado período de tempo. Eles criam uma escala de evolução do tratamento, permitindo ao sujeito acompanhar o desenvolvimento de sua reabilitação e a recuperação de suas capacidades físicas. Como exemplo, podemos citar objetivos como: andar em uma semana, correr em um mês, saltar em três meses e retornar às atividades normais em quatro meses.<br />Estes objetivos desviam o foco do atleta do resultado de suas ações para a importância de realizá-las. Assim, busca-se evitar a ansiedade da espera pelo resultado, concentrando o sujeito no que realmente é relevante neste momento do processo e motivando-o com o cumprimento de cada tarefa.<br />Um bom trabalho de estabelecimento de metas permite, portanto que, a cada conquista de objetivos o atleta obtenha o reforço necessário para se motivar em seu processo de reabilitação, focando-se no próximo objetivo e no melhor aproveitamento de seus recursos de enfrentamento.<br />A autoconversação é uma técnica cognitiva importante para desenvolver a autoconfiança, normalmente comprometida durante o processo de recuperação. Através dela, os atletas buscam substituir os pensamentos negativos por pensamento realistas e positivos, melhorando seu ponto de vista perante a lesão. Através das técnicas de auto-fala o sujeito procura corrigir pensamentos disfuncionais, reestruturando seus conceitos sobre a lesão e o processo de recuperação, assumindo uma perspectiva mais positiva na reabilitação.<br />Deste modo, a autoconversação aumenta o bem-estar pessoal, ajuda o atleta a se concentrar e a superar possíveis dificuldades, encarando-as como parte do processo de cura, o que facilita o ajuste do sujeito a esta nova situação, na busca por uma melhora clínica.<br />Os exercícios de visualização, imaginação e treinamento mental também exercem um importante papel dentro das técnicas de coping dos atletas lesionados. Eles são importantes porque permitem aos estes atletas diminuir as defasagens técnicas, táticas e cognitivas, causadas pelo afastamento de sua prática esportiva normal. Existem diferentes exercícios de visualização, que são aplicados de acordo com os objetivos específicos de cada técnica. Visualizar a realização dos gestos motores, situações de jogo e a recuperação dos tecidos lesionados são apenas alguns exemplos de suas possibilidades.<br />As técnicas de relaxamento também têm sido muito utilizadas no desenvolvimento das estratégias de coping, se constituindo como um elemento importante neste tipo de trabalho. Além de preparar os atletas para posteriores exercícios de visualização, estas técnicas também atuam no controle da dor e na diminuição do estresse inerente às lesões esportivas e sua recuperação.<br />Os exercícios de relaxamento, por sua capacidade de psicorregulação, atuam no equilíbrio do sistema nervoso autônomo, diminuindo a ativação do sistema nervoso simpático e aumentando as ações parassimpáticas. Deste modo o relaxamento contribui para uma diminuição no nível geral de tensão e estresse, no relaxamento muscular e na melhora do padrão de sono dos sujeitos.<br />O apoio social também é parte do processo de coping e pode influenciar a resposta da reabilitação da lesão esportiva, estando positivamente relacionado com o desempenho dos atletas. Este apoio que abrange características como auxílio nas tomadas de decisão, apoio em suas escolhas, motivação, apoio emocional e uma sensação de não estar sozinho, assume um importante papel na diminuição dos níveis de estresse e nas respostas positivas de adesão ao tratamento.<br />Diante de todos estes fatores apresentados, o desenvolvimento das estratégias de enfrentamento dos atletas lesionados se tornou imprescindível em qualquer programa de reabilitação. O trabalho da psicologia do esporte demonstra, através do desenvolvimento das técnicas de coping, se constituir como um importante elemento não apenas para acolher e trabalhar as questões emocionais geradas pelas lesões esportivas, mas para atuar diretamente em sua recuperação.</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-4078560304715623762009-09-25T09:58:00.000-07:002009-09-25T10:23:25.240-07:00Joaquim Cruz, Estratégias de Preparação Psicológica<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr2mEqXXThgvrBfjQRKAo3r2XhQ39aX-wOBDVDO9N8pXhJMbj-EX30_8v3QTPvTGw6kgPVPv4DRcJStWRO5P_NPyUtMgrsj0Yll1TcLXgHjPOHSJu0K68tYlZpJpqiN1cNXHUyd4mNQUA/s1600-h/livrojoaquim.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; DISPLAY: block; HEIGHT: 261px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5385450856790596146" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr2mEqXXThgvrBfjQRKAo3r2XhQ39aX-wOBDVDO9N8pXhJMbj-EX30_8v3QTPvTGw6kgPVPv4DRcJStWRO5P_NPyUtMgrsj0Yll1TcLXgHjPOHSJu0K68tYlZpJpqiN1cNXHUyd4mNQUA/s320/livrojoaquim.bmp" /></a> Excelente leitura para todos os interessado na Psicologia do Esporte e nas histórias de vida dos grandes atletas.</div><br /><div align="justify">Mais do que uma simples biografia, a autora Kátia Rubio apresenta através da carreira, das conquistas e das superações deste grande atleta, as estratégias psicológicas utilizadas por Joaquim Cruz ao longo de sua carreira.</div><br /><div align="justify">Os conceitos são apresentados na prática, através dos relatos do atleta e fundamentados teóricamente pela autora, que discute aspectos como motivação, superação, persistência, enfrentamento de lesões, controle da ansiedade e medo, concentração, foco e transição de carreira.</div><br /><div align="justify">Através dos relatos e análises presentes no livro, Joaquim Cruz mostra porque foi um dos maiores atletas do atletismo do Brasil e do Mundo, coroando sua carreira com a medalha de ouro nos jogos olímpicos de Los Angeles em 1984.</div><br /><div align="justify">Desenvolvendo suas habilidades psicológicas de forma intuitiva, Joaquim se utilizou de inúmeras técnicas discutidas e aplicadas por psicólogos do esporte do mundo todo nos dias de hoje, mostrando que no esporte de alto nível um bom preparo psicológico é fundamental.</div><br /><div align="justify">Joaquim Cruz, Estratégias de Preparação Psicológica: da prática a teoria</div><div align="justify">Autora: Kátia Rubio<br />Editora: Casa do Psicólogo</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-77595627700869268762009-09-23T12:55:00.000-07:002009-09-23T12:57:54.449-07:00O Papel do Líder<div align="justify">No post anterior sobre liderança, falei um pouco sobre a importância da liderança e do papel do líder nas equipes de modalidades individuais. Também foi discutida a importância de se conhecer o grupo e de dar atenção às relações interpessoais, cuidando para que os objetivos individuais possam ser alcançados, contribuindo desta forma para o objetivo final da equipe.<br />Mas de que forma este processo se desenvolve e quais características precisam ser desenvolvidas pelo líder para alcançar estes resultados?<br />Diversas são as teorias que tratam da questão, enfatizando um ou outro aspecto do processo do líder, do grupo ou das situações vivenciadas. As principais, entretanto são as que compreendem este fenômeno como um processo que engloba cada uma destas vertentes.<br />Uma liderança efetiva dependerá, portanto, dos fatores situacionais envolvidos na tarefa, das características específicas do grupo liderado, das capacidades do líder e da forma como ele exerce esta liderança.<br />Os fatores situacionais estão relacionados ao momento vivido pela equipe, às tarefas que tem de desempenhar, a competição que está pela frente, as expectativas internas e externas de resultado, sua representação perante mídia, público e adversários e as dificuldades e tensões vivenciadas pela equipe.<br />Submetidos a estas situações está o grupo, formado por indivíduos com diferentes necessidades, metas, sonhos desejos e graus de maturidade e dependência. Embora a própria formação de um grupo já desenvolva características comuns e forme uma identidade própria, principalmente nos esportes individuais as características pessoais não podem ser ignoradas, o que aumenta a necessidade de atenção constante do líder sobre o grupo.<br />Para isso este líder deve desenvolver suas capacidades de percepção, comunicação, empatia e influência sobre os membros do grupo, no sentido de organizar e direcionar as ações individuais em função dos objetivos estabelecidos.<br />Assim, as atitudes do líder devem considerar todos estes aspectos, e vai depender deles para serem realmente efetivas. Não podemos dizer que a liderança ideal é democrática, com foco nas necessidades pessoais e com as responsabilidades compartilhadas, quando temos um grupo imaturo e dependente, um período curto e um grande desafio ou objetivo pela frente acompanhada de enorme pressão externa e insegurança interna. Também não podemos nos fixar nos paradigmas de liderança autoritária, foco exclusivamente na tarefa e centralização da responsabilidade na figura do líder quando temos uma equipe extremamente experiente e articulada, frente a um desafio adequado às capacidades do grupo. Em ambos os exemplos a liderança irá falhar, seja pela falta da figura do líder, perdida no meio da inconsistência dos comportamentos do grupo, seja pelo descrédito dado ao papel da liderança, forçada sobre um grupo ativo e capaz.<br />O líder, portanto, deve adequar sua atuação e sua influência às características do grupo. Quanto maior a capacidade e independência dos liderados, menor será a influência direta do líder, que irá assumir uma postura de direcionar as ações e compartilhar as decisões, influenciando o grupo de forma positiva e atuando mais como referência e apoio, fortalecendo a coesão e a motivação do grupo, para a realização de tarefas e o cumprimento dos objetivos.</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-37242201566979660592009-09-21T13:43:00.000-07:002009-09-21T13:45:35.414-07:00Lesões Esportivas e a Psicologia do Esporte - Parte 2<div align="justify">Não podemos ignorar a importância dos fatores psicológicos envolvidos no contexto das lesões esportivas. Pricipalmente dentro da compreensão do sujeito como um ser biopsicosocial, onde os fatores físicos e psicológicos interagem influenciando o estado geral do sujeito e sua capacidade de enfrentamento e recuperação.<br />A partir desta visão, a psicologia do esporte passou a se preocupar em estudar a influência das habilidades psicológicas e de fatores como o estresse e a ansiedade na ocorrência das lesões esportivas, buscando um melhor entendimento deste fenômeno através do desenvolvimento de teorias relacionadas à psicologia das lesões esportivas.<br />Diversos estudos foram então desenvolvidos, buscando encontrar correlações entre fatores como personalidade, características individuais, repertórios de enfrentamento e influências ambientais sobre os sujeitos e a incidência de lesões em atletas, na tentativa de identificar os principais fatores desencadeantes.<br />Uma das principais teorias a respeito da determinação das lesões é a de que sua ocorrência seja favorecida por um aumento no nível de estresse do atleta, causado pela diferença entre as percepções de ameaça do meio e os recursos internos do sujeito, disponíveis para enfrentá-las (Andersen e Williams, 1988; Heil, 1993). Um sujeito com poucos recursos para o enfrentamento de situações potencialmente estressantes, conseqüentemente as perceberá como mais ameaçadoras e terá seu nível de ansiedade aumentado.<br />O nível de ansiedade dos atletas é, portanto resultado da interação entre diferentes estímulos presentes na relação do atleta com o ambiente esportivo do qual faz parte. Entre os fatores que geram ansiedade, podemos citar a presença de elementos estressores no ambiente, a percepção e a interpretação do sujeito acerca destes, as alterações psicofisiológicas decorrentes desta interação e o repertório do sujeito de estratégias de enfrentamento para lidar com tais estímulos.<br />Uma dura rotina de treinamentos, que no esporte competitivo exige grande esforço em termos de volume e intensidade, repetição exaustiva de ações e gestos específicos e condições físicas de treinamento nem sempre adequadas (como instalações, pisos e material esportivo inadequado), acaba gerando respostas ansiógenas no indivíduo, fisicamente exigido perto do seu limite de resistência.<br />Além das exigências físicas, fatores psicológicos como insegurança, autocobrança excessiva, disputa por posições na equipe e medo de ficar na reserva ou não alcançar um índice, freqüentemente presentes entre os atletas inseridos em um ambiente competitivo, também interferem na percepção das capacidades de enfrentamento do sujeito, favorecendo também o aumento da ansiedade. <br />Devido à exposição a todos estes estímulos, e a pressão constante exercida nos atletas durante sua preparação, além do fato de que a maior parte do tempo do atleta, e conseqüentemente de seu desgaste, é despendido durante os treinamentos, estes acabam sendo identificados como ambientes altamente estressantes e acabam responsáveis pela ocorrência da maioria das lesões (Buceta 1999).<br />Apesar de toda a exigência dos treinos, o momento da competição ainda é tido como um dos principais fatores ansiógenos em atletas competitivos. Isto porque é no momento da competição que toda a exigência de rendimento se faz presente e, independente do que ocorreu nos treinos, é durante a competição que o atleta tem que desempenhar o melhor de sua performance esportiva, resultando em um aumento na intensidade do esforço físico e psicológico. A necessidade de apresentar seu rendimento máximo, a avaliação permanente e direta de sua performance pelo técnico, colegas de equipe, amigos e torcedores, a necessidade de tomadas de decisão constantes, de concentração total durante longos períodos de tempo, e o valor aumentado das conseqüências de cada comportamento emitido pelo atleta, são apenas alguns exemplos que demonstram a presença de potenciais fatores de estresse no momento das competições (Buceta 1999; Dias, Palha & Cruz 1997).<br />Entretanto, o que vai determinar o aumento da ansiedade é a interpretação que cada sujeito dá para os estímulos apresentados pelo ambiente. Atletas experientes, confiantes e mais preparados psicologicamente tendem a interpretar os estímulos ambientais como menos ameaçadores, apresentando poucas respostas de ansiedade.<br />Segundo a teoria da influência do estresse nas lesões esportivas de Andersen e Williams (1988), a lesão aparece como resultado da interação entre as situações potencialmente estressantes do ambiente e as variáveis pessoais de cada sujeito, como os fatores de personalidade, a história individual dos sujeitos em relação aos estressores e seu repertório de recursos de controle. Uma interação positiva favoreceria o controle do atleta frente a situações estressantes, diminuindo o risco de lesões, enquanto uma interação negativa acabaria favorecendo reações e condutas inadequadas do atleta, aumentando este risco.<br />Dentre os fatores de personalidade que influenciam a interpretação do sujeito e sua conduta diante das situações estressantes estão o estresse psicosocial, a atenção, a agressividade, a impulsividade, a autoconfiança, a auto-estima, a persistência, a tolerância à frustração e adversidade, o estado de ânimo, a comunicação interpessoal e a capacidade de tomada de decisões.<br />A história individual pode determinar o desenvolvimento de respostas ansiógenas no sujeito a medida em que experiências anteriores de exposição a situações de estresse, vividas com sucesso pelo sujeito aumentam sua autoconfiança e percepção de capacidades de enfrentamento, diminuindo as respostas de ansiedade diante de estímulos estressores, enquanto um histórico de fracasso frente a estes estímulos prejudica a interpretação da situação por parte do atleta, elevando os níveis de ansiedade e medo, e favorecendo o aparecimento de lesões.<br />Um bom repertório de enfrentamento também contribui para a diminuição nos níveis de ansiedade e de ocorrência de lesões nos sujeitos, uma vez que o atleta bem preparado psicologicamente, dominando diferentes estratégias de enfrentamento e contando com um apoio social adequado, tem instrumentos suficientes para preservar sua integridade física e psicológica durante a presença de estímulos estressores, interpretando-os como menos ameaçadores do que os atletas que não contam com este repertório (Andersen e Williams 1988; Dias, Palha & Cruz 1997).<br />A interação destes fatores pode, portanto determinar a ocorrência de lesões uma vez que as respostas ansiógenas dos sujeitos frente a estímulos estressores provocam diversas alterações fisiológicas e comportamentais que influenciam a qualidade e a percepção dos movimentos e ações esportivas e a capacidade de recuperação do organismo, aumentando o desgaste físico e a vulnerabilidade destes atletas(Andersen e Williams, 1988; Buceta, 1999; Samulski, 2002; Weiberg e Gould, 1999).<br />As alterações comportamentais geradas pelo aumento da ansiedade estão relacionadas principalmente aos níveis de atenção e prontidão dos indivíduos, que tem seus estados alterados quando sob estresse, dificultando a interpretação de situações de jogo, as tomadas de decisão e a percepção das ameaças externas as quais estão expostos dentro do ambiente competitivo (Buceta, 1999; Andersen e Williams, 1988).<br />Atletas submetidos a situações estressantes por um longo período de tempo apresentam maiores níveis de ansiedade competitiva e tem sua capacidade de controle de foco alterada, desenvolvendo dificuldades na seleção dos estímulos relevantes do ambiente, que se traduzem em rupturas e lapsos de atenção. Em uma atividade competitiva que exige altos níveis de concentração em função do desempenho e da correta realização de técnicas específicas da modalidade, sob a ameaça constante de lesões em função da intensidade das cargas aplicadas, desvios de atenção podem fazer com que o atleta realize movimentos inadequados, sobrecarregando as estruturas envolvidas na ação, ou não perceba ameaças externas como condições ambientais inadequadas (ex. irregularidades no piso) ou a aproximação de adversários desleais, aumentando os riscos de ocorrência de lesões traumáticas (Buceta, 1999; Samulski, 2002; Weiberg e Gould, 1999).<br />Características pessoais também contribuem para o aumento na ocorrência de lesões esportivas. Atletas que apresentam condutas insensatas, isto é, condutas que trazem prejuízo importante para seu rendimento físico, dano para sua própria estrutura biológica ou risco de lesão de outros atores do contexto esportivo, como distorções na percepção e avaliação da realidade competitiva ou de treinamento, extrema dependência psicológica e financeira da produtividade do rendimento esportivo, e dificuldade na análise e elaboração de sua própria realidade, associados a altos níveis de impulsividade também estão mais vulneráveis as lesões esportivas (Soler 1997).<br />Isto ocorre uma vez que estes atletas tendem a avaliar as ameaças do ambiente esportivo de forma inadequada, se expondo a riscos desnecessários durante a prática de suas atividades em virtude de falhas na interpretação dos estímulos do ambiente, ou muitas vezes estimulados pelas características motivacionais do contexto esportivo, que também podem favorecer a ocorrência de lesões a medida em que as conseqüências da atividade esportiva acabam se tornando atrativas a ponto de valerem o risco da exposição a situações perigosas, dificultando uma adequada consideração sobre os riscos e benefícios da atividade.<br />Diante desta visão, a psicologia do esporte tem desenvolvido diversas estratégias de controle destes elementos estressores do ambiente, na tentativa de minimizar os efeitos negativos destes sobre os atletas. Ela trabalha muitas vezes com instrumentos cognitivos e comportamentais, desenvolvendo as capacidades do sujeito em enfrentar as dificuldades. Estas estratégias são conhecidas como estratégias de enfrentamento ou coping.<br /><br /><br /> </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-64169399928630590372009-09-20T15:09:00.000-07:002009-09-20T15:12:56.564-07:00Lesões Esportivas e a Psicologia do Esporte - Parte 1<div align="justify">No contexto do esporte de alto rendimento, encontramos diversas ameaças à integridade física e psicológica do atleta durante todo período de sua carreira atlética. Condições de treino e competição ruins, adversários desleais, grande exigência física, cobrança interna e externa por resultados, dúvidas e medos são fatores constantes, que muitas vezes acabam responsáveis pela queda do rendimento dos atletas, podendo levá-los, inclusive, ao abandono de suas atividades físicas competitivas.<br />Como presentes ameaças, as lesões esportivas exercem uma grande influência no afastamento e abandono dos atletas de suas atividades competitivas. Diversas notícias e dados estatísticos confirmam a cada ano um alto grau de ocorrência de lesões e seu grande impacto na vida dos atletas, sejam eles recreativos ou de alto rendimento (Kraus e Conroy, 1984; Weinberg e Gould, 2001; Engstrom et al., 1990; Samulski, 2002). (ver anexo1).<br />Em função do desenvolvimento de estudos mais específicos na área das ciências do esporte e da mudança da visão de treinadores e dirigentes e profissionais envolvidos no meio esportivo, o bem estar biopsicosocial começou a ser percebido como importante influência no rendimento final dos atletas. Dentro desta visão as lesões esportivas também passaram a ser consideradas não apenas como um fenômeno físico de estresse e desgaste mecânico, mas como algo que se não é causado por fatores psicológicos, exerce uma grande influência sobre o estado emocional dos atletas sujeitos às lesões.<br />A psicologia do esporte passou então a dedicar grande atenção aos estudos relacionados às lesões esportivas, na tentativa de compreender melhor o fenômeno das lesões esportivas e contribuir com a prevenção e o tratamento destes atletas.<br />Diversos aspectos envolvidos no processo da lesão também foram considerados de forma mais específica, ampliando a área de atuação da psicologia do esporte para além do apoio psicológico dos aspectos emocionais dos sujeitos.<br />Entre os principais focos dos estudos com lesões esportivas, na área da psicologia do esporte, podemos citar a compreensão do fenômeno da lesão, o estudo dos processos emocionais presentes nos atletas lesionados e as intervenções psicológicas com estes atletas.<br />Dentro da compreensão do fenômeno, os estudos baseados na teoria de Andersen e Williams (1998) sobre a influência do estresse nas lesões trouxeram uma grande contribuição para a área, na medida em que começaram a ser consideradas a importância e a influência dos fatores psicológicos na ocorrência das lesões. Foi então estudado o papel de fatores como o medo, a ansiedade e o estresse nos aspectos mentais e corporais, contribuindo para a ocorrência das lesões.<br />O estudo dos processos emocionais envolvidos nas lesões contribuiu para uma melhora na compreensão da emoções desencadeadas nos atletas, em função da súbita privação de sua atividade competitiva normal. Aspectos como transformação e adaptação da identidade, reações de raiva e depressão, e aspectos da vivência do luto e da morte presentes nos estudos da tanatologia acabaram incorporados nestes estudos.<br />As intervenções psicológicas se constituíram como a grande evolução no trabalho da psicologia do esporte com as lesões esportivas. Estas intervenções começaram então a ser reconhecidas como influenciadoras diretas do nível de melhora dos atletas. Isto é possível a medida que apresentam a capacidade de contribuir para a diminuição das reações negativas, tornando o sujeito mais ativo e empenhado em seu processo de recuperação, melhorando sua qualidade de vida, mantendo-o mais motivado e podendo, conseqüentemente, contribuir na aceleração dos protocolos de reabilitação.<br />Desta forma a psicologia do esporte trabalha no contexto das lesões esportivas dentro dos mesmos parâmetros em que atua na preparação de atletas para o alto rendimento. Podemos assim dividir as intervenções, entre o desenvolvimento das habilidades psicológicas, trabalhadas através dos programas de treinamento mental e o apoio psicológico, referente ao acolhimento e suporte às questões emocionais geradas pela lesão.</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-56957456777795500982009-09-18T12:17:00.000-07:002009-09-18T12:20:40.938-07:00Transtornos alimentares no Esporte de Alto Rendimento<div align="justify">Muito tem sido escrito acerca da incidência de transtornos alimentares entre atletas de alto rendimento submetidas a treinamento intenso e a dietas controladas. Isto ocorre na medida em que o esporte se torna exigente com uma série de características específicas criando, além da exigência de performance, um padrão estético que se impõe às suas praticantes, forçando-as a uma adaptação rigorosa. As atletas então, na busca por melhores resultados, ou até por aceitação no grupo se tornam mais propensas a submeter-se a práticas perigosas como a restrição alimentar excessiva ou ao uso de substâncias proibidas.<br /><br />Estudos comparativos demonstram que os transtornos alimentares são mais recorrentes em atletas, mulheres jovens e relacionados principalmente com as modalidades onde o baixo peso da atleta pode influenciar mais diretamente a sua performance final ou onde os padrões estéticos de magreza ou definição muscular estão mais presentes (Reinking MF, Alexander LE, 2005).<br />Dados obtidos em pesquisas com outras modalidades demonstram uma prevalência de transtornos alimentares entre atletas do sexo feminino de cerca de 42% em esportes estéticos (ex. ginástica artística, GRD e patinação), de 24% em esportes de endurance (ex. corridas de fundo e triathlon), de 17% em esportes técnicos e de 16% em esportes com bola (Sundgot-Borgen J, Torsteveit MK.2004; Rosen LW, McKeag DB, Hough DO, Curley V. 1986). Estes estudos demonstram a importância do estudo e da compreensão dos transtornos alimentares em esportes de alto rendimento, e do comportamento de suas praticantes diante das exigências cada vez mais duras da competição moderna. <br />Entre os transtornos alimentares mais comuns podemos citar a Anorexia Nervosa, a Bulimia Nervosa e o comer compulsivo, transtornos relacionados à imagem corporal e ao comportamento alimentar, variando desde a extrema restrição e controle até o total descontrole, fazendo com que as atletas, que a princípio tem seu comportamento reforçado pela perda de peso ou pelo prazer do descontrole, acabem trazendo sérios prejuízos para sua performance e principalmente para sua saúde.<br />Estes transtornos também costumam estar associados a características específicas de comportamento como maiores níveis de ansiedade, hostilidade e isolamento e menores níveis de socialização se compararmos mulheres com e sem distúrbios alimentares (Augestad LB, Saether B, Gotestam KG.1999).<br /><br />A Anorexia Nervosa é caracterizada por uma limitação dietética auto-imposta e padrões bizarros de alimentação com acentuada perda de peso, induzida e mantida pela paciente, associada a um temor intenso de tornar-se obesa (Busse et al, 2004), conseqüências de distorções na imagem corporal, onde a pessoa se percebe gorda independentemente do que vê no espelho ou de dados objetivos como peso e medidas. Ela passa então a recusar alimentos ou escondê-los, na tentativa de perder cada vez mais peso na busca por um ideal inalcançável de corpo.<br /><br />A Bulimia Nervosa, outro transtorno alimentar comum, embora compartilhe da mesma psicopatologia da Anorexia é mais caracterizada pelo descontrole alimentar com um grande sentimento de culpa associado. Neste caso a pessoa tem episódios irresistíveis de hiperfagia (também chamados de binge), onde pode chegar a consumir até 5000 calorias em uma única refeição e depois, arrependida e culpada pelo grande medo de engordar, provoca vômitos ou se utiliza de laxantes e diuréticos para eliminar o que foi consumido, “tentando neutralizar os efeitos engordativos dos alimentos”, na busca pela reparação de seu comportamento.<br /><br />O comer compulsivo embora seja um transtorno menos prejudicial à saúde, pelo menos a curto e médio prazo, traz sérias conseqüências quando falamos de atletas de alto rendimento, que necessitam estar no melhor de sua forma física para a prática esportiva. A incapacidade em controlar compulsões e desejos, que normalmente estão relacionados a grandes quantidades de comida, se constituindo em sua maioria por doces e gorduras, acaba favorecendo o aumento de peso, influenciado principalmente pelo acúmulo de gordura corporal, que se por um lado pode favorecer a flutuação das atletas, por outro dificulta a sua mobilidade, prejudica o preparo físico e predispõe a ocorrência de lesões, além de afastá-la dos padrões estéticos e físicos da modalidade.<br /><br />Diante destes transtornos, se faz necessária uma atenção constante por parte da equipe técnica, pais e atletas, inseridos em modalidades esportivas com tais predisposições, para situações que possam demonstrar a presença destas patologias, facilitando o diálogo e aumentando o apoio e a capacidade de enfrentamento de possíveis dificuldades pelas atletas.<br /><br />Precisamos, entretanto tomar cuidado ao realizar diagnósticos e distinções uma vez que atletas constituem uma população única e o impacto de fatores como treinamento, padrões alimentares, dietas, restrições calóricas e perfil psicológico devem ser avaliados de forma distinta da população normal (Sundgot-Borgen J, Torstveit MK, Skarderud F. 2004), uma vez que a prática competitiva exige das atletas um esforço real e necessário para obter condições de competir de forma estética e eficiente.<br /><br />Enfim, para os técnicos é fundamental a atenção para quedas na performance, dificuldade de concentração, isolamento e agressividade das atletas, associadas a importantes perdas de peso, favorecendo um diálogo compreensivo, no sentido de oferecer apoio e favorecer o diálogo no enfrentamento dos problemas, além de discutir com os pais da atleta acerca de possíveis preocupações.<br />Para os pais é importante notar mudanças no padrão alimentar, preocupação excessiva com o peso, perda acentuada de peso, isolamento e sintomas depressivos e de hostilidade, e buscar o apoio de um profissional especializado, ou de programas específicos para que o tratamento possa ser mais adequado.<br /> </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-69046544364425265302009-09-17T13:16:00.000-07:002009-09-17T13:20:14.135-07:00O papel da liderança nos esportes individuais<div align="justify"> Já é sabida a importância do papel do líder nos esportes coletivos e sua influencia sobre o comportamento dos demais membros da equipe e o rendimento das tarefas grupais. Entretanto pouco se têm discutido a respeito do papel da liderança em modalidades individuais, seus benefícios, dificuldades e sobre seus processos de surgimento e desenvolvimento.<br /> Geralmente, nestas modalidades os atletas até podem treinar em grupo, mas se comportam como se estivessem sozinhos nos momentos de preparação e competição, usando seus companheiros apenas como parâmetros de rendimento ou como simples companhia durante as sessões de treinamento. Os atletas passam então a se perceber de forma isolada, sem nada a acrescentar ao outro e sem nada a absorver de fora.<br /> São poucas as equipes que trabalham de forma mais unida e sinérgica, com o objetivo de melhorar a performance final de cada um de seus membros. Isto ocorre, pois apenas uma percepção mais ampla das relações interpessoais e suas influências, permite a equipe desenvolver formas de potencializar a contribuição de cada um, para o proveito de todos, criando algo a mais do que a simples soma das partes.<br /> Neste momento surge a discussão sobre o papel da liderança e suas influências no comportamento grupal. O líder tem a função de organizar e direcionar os esforços individuais dentro do grupo, buscando alcançar o máximo de dedicação e aplicação em busca dos objetivos finais do grupo. A grande diferença neste papel é que no caso das modalidades individuais, ao contrário das coletivas, a realização do objetivo final da equipe não depende da submissão dos objetivos individuais, mas deles depende, uma vez que é da soma dos resultados individuais que consistirá o resultado final de uma equipe.<br /> O líder, ou os líderes destas equipes têm então diferentes papeis e funções a desempenhar. Dentre estas funções podemos destacar duas grandes formas de liderança. A primeira delas é a instrumental, voltada para a tarefa, na qual o líder motiva, orienta e pode ser um exemplo para os demais membros do grupo, em relação aos aspectos práticos da modalidade. Isto é, em relação ao desempenho e a performance em treinamentos e competições. Pode ser o melhor, o mais dedicado, que chega mais cedo, que “puxa” o treino ou que o comanda. A segunda forma é a liderança afetiva, mais voltada para as relações pessoais entre os membros do grupo, na qual o líder é responsável pela comunicação e compreensão interpessoal, promove e facilita a criação de um ambiente melhor, motivando e apoiando as realizações individuais dentro do aspecto emocional do grupo.<br /> Nos esportes individuais muitas vezes estes papeis são centralizados pelos técnicos, que deixam aos atletas apenas a função de realizadores, ou são ignoradas, existindo apenas várias relações técnico-atleta. Entretanto, lideranças efetivas dentro do grupo têm muito a contribuir com o rendimento de todos, favorecendo a manutenção de comportamentos de alto nível, mantendo altos os níveis de motivação e proporcionando um ambiente emocional favorável, criando sentimentos de força e capacidade, decorrentes da união do grupo.</div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-6602279838181579582009-08-28T18:55:00.000-07:002009-08-28T19:30:46.056-07:00Cotidiano<div align="justify">Por Daniela Panisi Oliveira<br /><br />Quando falamos em vida, subitamente, sem ao menos nos darmos conta disso, vem-nos a ideia de movimento. No mundo de possibilidades, em uma sociedade que vende a imagem de que tudo é possível, como lidar com nossas próprias limitações? Com nossas impotências perante os outros e o mundo? Com os limites de nosso próprio corpo?<br />Apesar de nos venderem a ideia de que somos ilimitados, super-homens e mulheres maravilhas, podemos “funcionar” (como máquinas), durante mais ou menos 24 horas por dia. Dormir é perda de tempo, por isso tentamos descansar apenas o que é, fisiologicamente, necessário. Não...não ”apenas”, mas o MINIMAMENTE necessário. Temos que funcionar! Essa é a nova ordem mundial.<br />Todavia, o corpo, este que habita o mundo e nos permite estar aqui, constantemente nos lembra que estamos vivos, que somos demasiado humanos para não ter limites e defeitos.<br />Uma perna mais curta, um desvio na coluna, o jeitinho de correr que tensiona mais uma musculatura que a outra, dores nas articulações por causa do impacto, entre outras limitações de que tanto nos queixamos, nada mais é senão a simples prova de que estamos vivos, e especialmente de que pouco nos conhecemos.<br />Desconhecemos nossa capacidade de lidar com o imprevisto, assim como a criatividade inerente ao conhecimento. Desconhecemos o momento de parar, e então superamos a dor. Não reconhecemos a condição mais humana de, simplesmente, sentir o frenesi, o orgulho de ter chegado até ali e percorrido grande parte do caminho.<br />A excelência de sermos o que somos não está em sermos super-heróis, mas em sermos o melhor que podemos para enfrentar os desafios que a vida nos oferece. </div>Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-55907318395153756262009-08-26T12:43:00.000-07:002009-08-26T12:45:01.547-07:00Perguntas Frequentes em Psicologia do Esporte<strong>Por que é tão difícil se manter motivado para treinar para uma prova muito distante?<br /><br /></strong>Uma das maiores dificuldades psicológicas no treinamento esportivo é a capacidade em se manter motivado durante longos períodos de tempo. Isto ocorre, pois o objetivo final, que recompensará todo o esforço e dedicação do atleta, algumas vezes está muito distante. Já as prioridades e exigências do dia a dia estão sempre mudando.<br />A motivação está, portanto diretamente relacionada ao objetivo final. Quanto mais importante é este objetivo para o atleta e mais próxima a competição, maior é o poder de controle sobre seu comportamento.<br />Entretanto quando o objetivo está muito distante é comum o atleta dispersar o foco e trocar o desconforto dos treinos (principalmente os longos, em horários desconfortáveis e nos dias frios) por atividades que lhe tragam recompensas imediatas como sair, comer ou ficar dormindo em casa.<br />Se em um primeiro momento esta troca reforça e alivia o atleta de suas obrigações com o objetivo final, por outro lado pode desencadear um processo de ansiedade, trazendo um sentimento de culpa, que pode levar a excessos posteriores ou a falta de confiança em seu treinamento.<br />Para lidar com isto o atleta precisa então, constantemente reforçar seus objetivos, aproximando-os de sua realidade atual através das metas de curto e médio prazo, o que irá facilitar a troca das recompensas imediatas por uma muito maior de longo prazo.<br /><br /><br /><strong>Ansiedade pré-competitiva atrapalha minha prova?<br /><br /></strong>Normalmente costumamos associar a ansiedade a um estado desagradável de desconforto, acompanhado de sintomas como taquicardia, mãos suadas ou frias e pensamentos de dúvida e insegurança. Por estes motivos muitas vezes atribuímos a ela as falhas e deficiências em nossa performance.<br />O que muitos não sabem é que a ansiedade não é necessariamente negativa e nem precisa ser interpretada como sinal de resultados ruins. Isto porque a ansiedade a princípio é uma reação instintiva do ser humano, positiva, e que mobiliza a mente e o corpo para os desafios que o sujeito precisa enfrentar.<br />Em um nível ideal ela ajuda o atleta a manter-se concentrado e motivado, mobiliza as reservas energéticas do corpo e ativa a liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina, fundamentais para o desempenho físico.<br />O problema ocorre quando a avaliação do sujeito sobre sua capacidade de enfrentar o desafio que está por vir é negativa. Surgem então as dúvidas e a insegurança. O atleta passa a se sentir incapaz, os sintomas desagradáveis aumentam, a concentração diminui e todas as dificuldades encontradas na prova são atribuídas a este estado.<br />Neste momento a ansiedade passa a trabalhar contra o atleta e o desempenho pode ser diretamente afetado.<br />Desta forma um controle não apenas somático, das reações da ansiedade, mas principalmente cognitivo, da avaliação das situações e causas da ansiedade, alivia os sintomas negativos e coloca toda a energia do atleta para trabalhar de forma produtiva para o desempenho.<br /><br /><br /><strong>De que forma a “parte psicológica” pode influenciar na performance?</strong><br /><br />Diversas vezes ouvimos falar sobre a importância da preparação psicológica de atletas, mas ainda parece difícil a compreensão dos mecanismos psicológicos que influenciam seu desempenho final.<br />A psicologia do esporte tem se dedicado a duas formas específicas de trabalho com os atletas, visando influenciar diretamente sua performance. A principal é através do desenvolvimento de habilidades mentais competitivas específicas.<br />Aspectos como atenção e concentração podem ser decisivos para modalidades onde a precisão e a velocidade de reação são mais determinantes. Uma boa capacidade em se manter motivado melhora a qualidade do treinamento para provas de preparação muito exigente. O controle da ansiedade e dos níveis de ativação do atleta permite uma regulação ótima destes estados, favorecendo o uso econômico da energia disponível e a utilização máxima das capacidades cognitivas do atleta durante sua prova.<br />Outro ponto bastante desenvolvido nos últimos tempos ainda atua mais diretamente sobre as capacidades físicas do atleta. È a chamada psicofisiologia, que desenvolve o controle e a interface entre as características psicológicas e fisiológicas do atleta. Através de técnicas específicas como a psicorregulação, o biofeedback e os treinamentos mentais, é possível atuar diretamente sobre aspectos como a economia no consumo de oxigênio, a recuperação do treinamento e o controle muscular específico de movimentos, entre outros.<br />Por fim, não podemos esquecer a importância biopsicosocial do esporte na vida dos atletas e a forma como lazer, competição, superação, estilo de vida e relações interpessoais interagem na constituição dos sujeitos, fazendo da boa relação com o esporte um meio de vida mais saudável e produtivo para todos.Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109720547187755575.post-27209364340019833052009-08-24T12:53:00.001-07:002009-08-24T13:39:57.009-07:00O Esporte DemocráticoNa semana passada, durante as transmissões do campeonato mundial de atletismo, eu me deparei algumas vezes com um comentário peculiar e muitas vezes comum não apenas em transmissões deste tipo, mas em conversas e discussões sobre o tema.<br />O comentário em questão dizia que o atletismo era belo por ser um esporte democrático, onde países e atletas pobres também podiam se destacar.<br />Pois bem, o pensamento que este comentário me despertou foi o de que esta colocação carregava consigo um preconceito implícito. O preconceito de que estes atletas são beneficiados pela condição do esporte e não por serem os melhores, resultado de treinamento, capacidade e genética, que os torna tão elitistas quanto os atletas de qualquer outra modalidade.<br />Dizer que todos são especiais é o mesmo que dizer que ninguém o é. Dizer que todos tem a mesma oportunidade no esporte é uma ilusão. O esporte inclusive se baseia muito mais na desigualdade do que na igualdade. É sobre quem é o mais desigual, o que se diferencia da média, o melhor.<br />O treinamento, a alimentação, a preparação, os recursos. Tudo isso tem a função de fazer o atleta se sobresair em relação a seus adversários. A questão da igualdade tem de residir apenas em garantir que os atletas compitam sob as mesmas condições (pistas, quadras e piscinas) e sob as mesmas regras.<br />A partir disso o esporte cresce e se desenvolve apenas quando as condições de se diferenciar são garantidas aos atletas.<br />O atletismo então, também muito em função da diversidade de provas e exigências de capacidades físicas distintas em cada uma delas, favorece diferentes características, encontradas em diferentes povos e nações. Entretanto, como esporte, ele ainda privilegia os mais treinados, mais dedicados e mais capazes e eficientes, independente da modalidade mas, ainda sim, extremamente dependentes das condições de treinamento (financeiras, de estrutura e de conhecimento técnico), sejam para jamaicanos, quenianos ou norte americanos.Arthur Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/11778554829529801631noreply@blogger.com0